O
descarte incorreto de lâmpadas usadas pelos consumidores nos domicílios
pode provocar problemas ao meio ambiente e à saúde. Para evitar isso
isso, desde 2017 a Associação Brasileira para a Gestão da Logística
Reversa (Reciclus) vem instalando postos para recolhimento gratuito das
lâmpadas em estabelecimentos comerciais.
No final do ano passado, a entidade começou
a atuar também em conjunto com condomínios residenciais e instalou
pontos de descarte em condomínios de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e
Pernambuco.
Até agora foram instalados 2.586 pontos
comerciais de recolhimento de lâmpadas no país, que são o principal foco
do programa Reciclus, que atua em 728 cidades, onde as pessoas podem
depositar suas lâmpadas queimadas. Agora, a meta é levar o programa para
os condomínios.
””A cidade do Rio de Janeiro está se
mostrando super aberta a essa nova vertente, que começará pelas capitais
e grandes metrópoles. Vamos expandindo para municípios menores”, disse
o analista de Sustentabilidade da Reciclus, Gabriel Monti, entrevista à
Agência.
No estado do Rio de Janeiro, a Reciclus tem
260 pontos de entrega de lâmpadas, com expectativa de colocar muito
mais. “É muito dinâmico. Todo mês, temos novas adesões”. Gabriel Monti
disse ter sentido muito engajamento por parte do Ministério Público no
estado. Ele explicou que, na verdade, o programa é voltado para o
descarte exclusivo de lâmpadas que contêm mercúrio.
O metal é considerado altamente tóxico e
ocasiona poluição ao meio ambiente, afetando diretamente água, ar e
solo, com implicações na saúde humana. Ao ingerir ou inspirar o metal, a
pessoa pode desenvolver toxidade nos rins, sistema nervoso e sistema
cardiovascular. “Mas, pelo fato de ser voltado para o descarte de
consumo doméstico, muitas vezes não há essa diferenciação.”
Do total recolhido, entre 80% e 90% são
lâmpadas fluorescentes de mercúrio, e o restante são lâmpadas LED e
incandescentes. “A gente acaba recolhendo, dessa forma, praticamente
todos os tipos.”
Milhões de lâmpadas
Desde 2017 até agora, já foram recolhidos mais de 16 milhões de lâmpadas. O ranking dos
maiores descartadores é liderado pelo Paraná, em um total de 685,42
toneladas recolhidas ou o equivalente a 4,694 milhões de unidades.
Em seguida, aparecem São Paulo, com 638,4
toneladas (4,372 milhões de unidades), e Santa Catarina, com 361,79
toneladas (2,478 milhões de lâmpadas). O estado do Rio de Janeiro vem na
décima-primeira posição, com 18,5 toneladas e 126,99 mil lâmpadas
pós-uso descartadas. O último colocado é o Acre, com 366 quilos
recolhidos, que correspondem a 2,507 mil unidades.
A coleta e a destinação ambientalmente
correta desses resíduos cumpre determinação de acordo setorial, que é um
instrumentos estipulado na Política Nacional de Resíduos Sólidos, de
2010, e firmado para corroborar responsabilidade compartilhada do ciclo
de vida do produto.
“Ou seja, é um contrato que envolve a
organização setorial do empresariado; o Poder Público, no caso o
Ministério do Meio ambiente; e, muitas vezes, a Confederação Nacional do
Comércio. Esse contrato objetiva a criação de uma entidade gestora para
viabilizar um sistema de logística diversa”, informou o analista.
O foco do programa são lâmpadas de
uso doméstico dos tipos fluorescentes compactas e tubulares; de vapor de
mercúrio, sódio ou metálico; e de luz mista. Não há limite nem custo
para o descarte, desde que seja realizado por consumidor doméstico. Para
saber o ponto de coleta mais próximo de sua residência, acesse o site.
A implantação dos pontos de coleta segue
critérios técnicos indicados no acordo setorial, entre os quais número
de habitantes, área urbana, densidade populacional, domicílios com
energia elétrica, poder aquisitivo, infraestrutura viária e
acessibilidade.
Gabriel Monti ressaltou que quando se
descarta corretamente uma lâmpada, a pessoa está contribuindo para que a
Reciclus possa retornar seus componentes para o setor produtivo como
matéria-prima ou insumo, não sendo necessária a extração de novos
recursos naturais.
Dicas: A. Brasil
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com