Algumas instituições financeiras ficarão desobrigadas de participar do open finance, versão ampliada do open banking, sistema de compartilhamento de dados entre bancos. O Banco Central (BC) editou, nesta quinta-feira dia 23 de Fevereiro de 2023, duas resoluções que pretendem tornar o sistema mais ágil.

Até essa decisão do BC, todas as
instituições detentoras de conta (corrente, pré-paga e poupança) eram
obrigadas a participar do open finance. Agora, as instituições que oferecem conta, mas não permitem a movimentação por meios eletrônicos (como aplicativos e sites) poderão escolher não fazer parte do sistema.
Também serão desobrigadas de integrar o open banking
as instituições que não tenham como clientes pessoas físicas,
microempreendedor individual, microempresa e empresa de pequeno porte.
As resoluções entram em vigor em 1º de abril.
Justificativas
Em nota, o BC explicou que as mudanças
pretendem tornar “mais eficiente a participação das instituições na fase
de iniciação de pagamento”. Aplicada em larga escala para cartões de
crédito, a iniciação de pagamento permite que uma empresa cobre por um
serviço ou mercadoria por meio de um link, sem que o cliente precise acessar o aplicativo do banco.
A ampliação das iniciadoras de pagamento
para transações como transferência bancária ou Pix depende do
compartilhamento de dados oferecido pelo open finance. Segundo o
Banco Central, a permanência de instituições que não fazem pagamentos
por meios eletrônicos ou que só atuam com grandes empresas estava
atrasando a evolução do serviço.
No primeiro caso, explicou o BC, as
instituições que trabalham com perfis de clientes que não usam canais
eletrônicos de pagamento inviabilizam a execução de fases previstas no open finance, como consentimento, autenticação e confirmação. Essas etapas só podem ser realizadas por meios eletrônicos.
No segundo caso, as instituições foram desobrigadas de integrar o open finance porque só têm grandes grupos empresariais como clientes, que fazem pagamentos em lotes. De acordo com o BC, o open finance,
no momento, não abrange esse tipo de transação. O órgão prometeu
reavaliar a dispensa quando for desenvolvida uma solução tecnológica que
permita o compartilhamento de dados para esse modelo de negócio.
Casos específicos
As novas regras preveem outras duas situações específicas em que instituições poderiam ser dispensadas de integrar o open finance.
A primeira ocorre quando elas ofertarem contas de livre movimentação
apenas a um conjunto específico e limitado de clientes pessoas físicas,
como seus próprios colaboradores e assemelhados ou quando a
obrigatoriedade da participação não traga benefícios significativos aos
clientes.
Na segunda situação específica, a dispensa do open finance
ocorrerá quando as instituições oferecerem aos clientes a movimentação
de contas por canais eletrônicos somente em situações de contingência.
Definição
O BC também mudou as definições sobre o
diretório de participantes e sobre a responsabilidade do gerenciamento
de suas informações. Agora, a exclusão de uma instituição participante
do open finance ou a mudança de modalidade de participação precisam aval prévio da autoridade monetária.
Uma das resoluções atualizou a denominação do sistema financeiro aberto, cujo nome mudou de open banking para open finance
em março de 2022. “As mudanças referem-se a ajustes de forma e
esclarecimentos, sendo o principal deles trazer maior clareza quanto ao
escopo do monitoramento atribuído à estrutura de governança responsável
pela implementação do open finance. Já é previsto que a
Resolução nº 32 passe por revisões periódicas a fim de refletir a
própria evolução do ecossistema”, informou o BC.Post: G. Gomes
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Informações: Banco Central do Brasil