A
Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM), realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou queda de 0,2% da
indústria nacional no acumulado em 12 meses, até janeiro. Houve recuo
na produção industrial de 0,3% em oito estados em janeiro, com os
maiores resultados negativos no Rio Grande do Sul (3,4%), São Paulo
(3,1%) e Mato Grosso (2%). Também tiveram queda Rio de Janeiro (1%),
Santa Catarina (1%), Pará (0,4%), Paraná (0,3%) e Bahia (0,2%).
Em movimento contrário, Espírito Santo e
Pernambuco apresentaram expansões de 18,6% e 17,3%, respectivamente, as
mais elevadas no mês. As demais variações positivas ficaram com Goiás
(2,5%), Amazonas (2,4%), Ceará (1,5%) e Minas Gerais (0,6%).
A queda da produção industrial em São Paulo
ocorreu depois do recuo de 0,8% no mês anterior e resultou em uma
retração de 3,9% da indústria do estado nesses dois meses. Para o
analista da pesquisa, Bernardo Almeida, o desempenho da indústria
paulista, na comparação com dezembro, provocou a maior influência sobre o
resultado nacional e foi impactado pelos setores de derivados de
petróleo e de veículos.
“Podemos observar que, no mês de janeiro, a
indústria automobilística costuma dar férias coletivas, e com isso, há
queda de produção. Também há uma certa cautela na produção do setor, já
que o desabastecimento de insumos e o encarecimento de matéria-prima vêm
causando impacto no ritmo da produção”, explica o IBGE.
A pesquisa mostrou ainda que o recuo de
janeiro no Rio Grande do Sul, relacionado ao setor de derivados de
petróleo, eliminou o ganho de 1,9% registrado no mês anterior. Mas,
segundo o analista, não foi o único impacto. O setor de produtos do fumo
também exerceu uma influência negativa sobre a indústria gaúcha. “Além
de ser a maior retração entre os locais investigados pela pesquisa, o
resultado negativo da produção do Rio Grande do Sul foi o segundo de
maior influência sobre o índice nacional”, diz o IBGE.
Já em Mato Grosso, a queda interrompeu dois
meses seguidos de expansão, depois de acumular ganho de 9,3% no período.
“Nesse estado, houve queda na produção de alimentos e, secundariamente,
também houve o impacto negativo no setor de bebidas”, disse Bernardo
Almeida.
Acumulado
Apesar da queda de 0,2% da indústria no
acumulado em 12 meses, nove estados pesquisados apresentaram melhores
desempenhos frente aos índices de dezembro de 2022. Entre eles, os
principais ganhos foram no Ceará, de queda de 4,9% para queda de 2,9%;
no Pará de menos 9,1% para menos 7,5%), em Minas Gerais (de -1,3% para
0,1%) e no Amazonas (de 3,8% para 5,1%). Já as maiores perdas foram em
Mato Grosso (de 19,4% para 13,7%), no Espírito Santo (de -8,4% para
-9,7%) e em Goiás (de 1,4% para 0,4%).
Atualizações
O IBGE informou que a divulgação da pesquisa
de janeiro é a primeira após as atualizações na seleção de amostra de
empresas e unidades locais e na lista de produtos investigados. Houve
ainda alterações metodológicas, que buscam acompanhar as mudanças
econômicas da sociedade. Além disso, foram incluídos três novos locais
entre os pesquisados, o Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do
Sul. A inclusão é porque esses estados atingem 0,5% do valor de
transformação industrial (VTI), conforme a Pesquisa Industrial Anual
Empresa (PIA).
O analista Bernardo Almeida disse que, nesse
primeiro momento, só há resultados para os três novos locais no
indicador interanual mensal, porque é necessário ter uma série maior
para produzir dados mais precisos e robustos, que permitam efetuar a
disseminação dos outros indicadores.
“Para o indicador do acumulado em 12 meses,
por exemplo, ainda não é possível divulgá-lo por conta de sua própria
metodologia, pelo fato de as séries históricas desses locais serem bem
recentes”, explicou.
PIM Regional
De acordo com o IBGE, desde a década de 1970
a pesquisa produz indicadores de curto prazo, relativos ao
comportamento do produto real das indústrias extrativas e de
transformação. Mensalmente revela índices para 17 unidades da federação
cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da
transformação industrial nacional, e, também, para o Nordeste, como um
todo. Os locais pesquisados são o Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio
Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste, que apresentou
crescimento de 6,1%.Post: G. Gomes
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Informações: IBGE