Nos últimos anos começamos assistir outra luta das forças policiais contra o crime que não é aquela de confrontos com os criminosos, mas sim contra o desleixo e o egoísmo administrativos dos governantes e chefes das polícias.
Não é de agora que sabemos que os Infratores estão munidos com as melhores armas, instrumentos de comunicação, transporte, recursos financeiros e principalmente a capacidade de administração, tanto é verdade que eles conseguem eleger muitos políticos que interferem diretamente na legislação e nas administrações públicas e as polícias, não.
Existem outros problemas que interferem também na luta contra o Crime além destes já citados, cuja origem está dentro das Polícias e que não passa por legal, mas sim puramente administrativo, pois com a interferência política no trabalho policial, são colocadas peças humanas inexperientes ou equivocadas nas posições estratégicas e com isso gera uma sequência de ações equivocadas e que no final influi diretamente nos resultados dos trabalhos policiais.
A política faz tanto mal para a Segurança Pública no Brasil, que é preciso perder um pouco do seu tempo para entender tudo isso, senão vejamos como acontece atualmente:
- Elegemos políticos mal intencionados ou financiados pelo crime.
- O político eleito escolhe ou influencia na escolha dos Chefes das Polícias.
- A maioria dos servidores que chegam função de Chefia ao serem escolhidos politicamente não passa pelo crivo do aprendizado policial, e não tomaram conhecimento da hierarquia, logo não tem prática policial nem experiência de trabalho e o que é pior, por se sentirem protegidos por políticos, tomam muitas decisões equivocadas subestimando assim a experiência da categoria.
- O trabalho policial está cada vez mais ineficiente, pois além das questões legais e políticas que freiam o desempenho policial, existem estas questões internas, gerando ao final um péssimo atendimento para a sociedade, Inquéritos Policiais mal investigados, péssimos atendimento ao público, desestímulo dos servidores, falta de política salarial e de cargos, falta de uma política conjunta de segurança pública, prédios caindo aos pedaços, falta de computadores modernos, faltam impressoras, telefones, equipamentos eletrônicos, materiais de expedientes, dentre outros problemas, e que na maioria dos casos os trabalhos são realizados pelo fato dos policiais usarem seus equipamentos pessoais para executar as missões, caso contrário seria um fiasco total.
- A criação de gerenciamento único e remoto dos Sistemas de Informações Policiais, atrasa consideravelmente as ações locais quando são operados os softwares com pouca ou sem nenhuma funcionalidade para o meio policial, com excesso de senhas que só desmotivam operá-los, tudo assistidos pelos Chefes que nada fazem para resolver estes problemas.
- A tolerância jurídica para com os Infratores o motiva perder o respeito pelas Leis e isso faz aumentar o número de ocorrências policiais, aumentando a carga de trabalho policial.
- A quebra de hierarquia é outro mal que se implantou dentro das polícias por conta da interferência política, onde vez ou outra comandados assumem cargo de Chefias e passam a mandar em seus superiores, e que depois que saem da função quase nunca volta a laborar em suas unidades como antes, com isso perde-se mais um servidor que poderia produzir para a sociedade.
Em Rondônia assistimos nos últimos anos a quebra da hierarquia policial de forma muita clara e muito descarada, como foi o caso da Polícia Militar em que um Major por interferência polícia assumiu a pasta da Segurança Pública e mandou em tudo.
Na Polícia Civil esta quebra de hierarquia foi mais intensa, quando o ex-secretário da pasta colocou nas posições chaves um grupo de delegados de polícia recém concursados, novinhos, onde foram ignoradas as turmas mais antigas de delegados que vinham subindo de classe e de cargos conforme o tempo de serviço e de desempenho, com isso a Instituição perdeu pessoas experientes e que tinham melhor desempenho policial, talvez, grande engano de alguém se pensou que os novinhos iriam oxigenar as ações policiais e aumentar o desempenho, pois isso não ocorreu até o momento.
Estamos ai vivendo a expectativa da votação da PEC 51/2013 onde pode ou não trazer mudanças consideráveis e positivas para a Segurança Pública no Brasil, mas que a princípio já nasce com vícios no excesso do controle das Polícias e com forte vestígios de rancores políticos, dando a entender que a Polícia será controlada externamente sem demonstrar quem serão os comandantes, se civis ou militares, de qualquer forma nos parece ser mais um duro golpe contra a Segurança que está a caminho.Pobre Segurança Pública!
Postgem: G.Gomes
Tema: Segurança Pública
Texto: G.Gomes
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