A Justiça de São Paulo determinou a prisão do advogado Wellington Luiz Pereira de Alcântara por suposta ligação com o PCC(Primeiro Comando da Capital).
O defensor, que já está detido, teria conversado com líderes da facção
criminosa dentro dos presídios, informação que teria sido confirmada
após quebra do seu sigilo telefônico, segundo a Polícia Civil.
Entre as conversas com os comandantes da facção estariam trocas de informações com Marco Willian Herbas Camacho - o Marcola, apontado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como líder do PCC.
A
determinação de prender Wellington partiu da juíza Sizara Corral de
Arêa Leão Muniz Andrade, da 3º Vara Criminal do Foro de Presidente
Prudente. Ela se baseia no artigo 312 do Código de Processo Penal, que trata de “garantia da ordem pública”.
Conforme
investigação da Delegacia de Investigações Gerais de Presidente
Prudente, Wellington atuaria como informante da facção, repassando
informações dentro e fora das cadeias.
As
informações têm como base trocas de mensagens entre o defensor e
familiares de presos, além de supostos integrantes do PCC. “A prova até
então produzida reporta ao evidente envolvimento de Wellington com a
organização criminosa”, afirma o documento que determina a prisão do
advogado.
Segundo
a Polícia Civil, Alcântara teria “ascendido” na facção, conclusão com
base em “ameaças a detentos, bem como pesquisas realizadas por ele
envolvendo autoridades”.
A
investigação aponta que entre os contatos com os líderes da facção
estão conversas com Marcola. Áudios trocados no WhatsApp e uso de
“frases típicas da facção (irmão, líder, epítetos, PCC, cunhada, etc)”
baseariam as afirmações dos policiais.
“Também
foram identificadas pesquisas realizadas por ele envolvendo cofres,
drones, lentes de longo alcance, algemas, explosivos, além de outras
tantas envolvendo o nome de autoridades, algumas delas diretamente
ligadas ao combate ao crime organizado”, defende o relatório.
A investigação compara a atuação de Wellington com a do também advogado Luiz Carlos dos Santos - ex-presidente do Condepe(Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e integrante da Sintonia das Gravatas.
O
grupo era formado por advogados que inventavam denúncias de violações
de direitos humanos para beneficiar integrantes da facção. Luiz Carlos
está preso.
Para
a Polícia Civil, Wellington, “em fórmula idêntica (à de Luiz Carlos)”,
se engajou na Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) para “aproximar-se de autoridades da segurança pública
locais”.
Em
uma das conversas transcritas no documento da Justiça que baseia o
pedido de prisão, Wellington fala em parceria com uma familiar de preso.
Ela indicaria clientes que ele ajudaria. Certo momento, ele diz que não
irá cobrar em um processo pois “tenho interesse de participar dele,
muito mesmo, você não faz ideia”.
Outro lado O jornal entrou
em contato com Wellington para ouvi-lo sobre a determinação, mas não
obteve resposta. A reportagem procurou a Justiça para confirmar se o
defensor está preso e com o Ministério Público de Presidente Prudente
para confirmar informações ligadas ao advogado, mas a promotoria alegou
sigilo de Justiça e disse que não pode passar informações.Fonte: Ponte Jornalismo
Post: G. Gomes
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