
As contas externas registraram saldo positivo em agosto pelo quinto mês seguido, informou hoje dia 23 de Setembro de 2020 o Banco Central (BC).

O superávit em transações correntes, que são
as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda
do Brasil com outros países, chegou a US$ 3,721 bilhões, o maior
resultado positivo já registrado em agosto, na série iniciada em janeiro
de 1995. Em agosto de 2019, foi registrado déficit em transações
correntes de US$ 3,032 bilhões.
“Essa reversão seguiu tendência observada no
mês anterior e decorreu da alta de US$ 2,4 bilhões no superávit da
balança comercial de bens e das reduções de US$ 3,5 bilhões e de US$ 882
milhões nos déficits em renda primária e serviços, respectivamente”,
disse o BC, em relatório.
Nos oito primeiros meses do ano, as
transações correntes tiveram déficit de US$ 8,539 bilhões, contra o
saldo negativo de US$ 34,020 bilhões em igual período de 2019.
Em 12 meses encerrados em agosto, o déficit
chegou a US$ 25,4 bilhões (1,64% do Produto Interno Bruto – PIB, a soma
de todos os bens e serviços produzidos no país), ante US$ 32,2 bilhões
(2,03% do PIB) até julho deste ano.
Balança comercial
Em agosto, as exportações de bens
totalizaram US$ 17,810 bilhões e as importações, US$ 11,850 bilhões,
resultando no superávit comercial de US$ 5,960 bilhões, contra US$ 3,552
bilhões no mesmo mês do ano passado. De janeiro a agosto, o superávit
comercial chegou a US$ 31,870 bilhões, ante US$ 27,462 bilhões do mesmo
período de 2019.
Serviços
O déficit na conta de serviços (viagens
internacionais, transporte e aluguel de equipamentos, entre outros)
atingiu US$ 1,346 bilhão em agosto, ante US$ 2,228 bilhões em igual
período de 2019. Nos oito primeiros meses do ano, o saldo negativo
chegou a US$ 13,727 bilhões, resultado menor que o registrado de janeiro
a agosto de 2019, de US$ 23,087 bilhões.
Viagens internacionais
O resultado das viagens internacionais – que
fazem parte da conta de serviços – ficou negativo em US$ 123 milhões,
contra US$ 842 milhões em agosto de 2019. O saldo do mês passado é o
menor para agosto desde 2005 (US$ 103 milhões).
O saldo de viagens internacionais é formado
pelas receitas de estrangeiros no Brasil, no valor de US$ 146 milhões, e
os gastos de brasileiros no exterior, de US$ 270 milhões. De janeiro a
agosto, as despesas superaram as receitas em US$ 1,892 bilhão, contra o
saldo também negativo de US$ 7,872 bilhões em igual período de 2019.
As viagens internacionais têm sido afetadas
pelas restrições de entrada e saída dos países e pelas medidas de
isolamento social, necessárias para o enfrentamento da pandemia da
covid-19.
Rendas
Em agosto, o déficit em renda primária
(lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 1,188
bilhão, contra US$ 8,165 bilhões no mesmo período de 2019. De janeiro a
agosto, o saldo negativo ficou em US$ 28,464 bilhões, ante US$ 39,092
bilhões em igual período do ano passado.
A conta de renda secundária (gerada em uma
economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares,
sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$
295 milhões, contra US$ 325 milhões em agosto de 2019. Nos oito
primeiros meses do ano, o resultado positivo chegou a US$ 1,782 bilhão,
ante US$ 697 milhões em igual período de 2019.
De acordo com o chefe do Departamento de
Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, a alta do dólar tem
incentivado o envio de recursos de brasileiros que moram no exterior
para a família no Brasil.
Investimentos
Os ingressos líquidos em investimentos
diretos no país (IDP) somaram US$ 1,430 bilhão no mês passado, ante US$
9,524 bilhões em agosto de 2019. “As incertezas decorrentes da pandemia e
seus impactos na economia mundial continuam apesar dos investimentos
diretos”, disse Rocha.
De janeiro a agosto, o IDP chegou a US$
26,957 bilhões, ante US$ 46 bilhões nos oito primeiros meses de 2019.
Nos 12 meses encerrados em agosto de 2020, o IDP totalizou US$ 54,5
bilhões, correspondendo a 3,51% do PIB, em comparação a US$ 62,6 bilhões
(3,94% do PIB) em julho. Esse é o menor resultado acumulado em 12 meses
desde agosto de 2010, quando ficou em US$ 50,795 bilhões.
Em agosto, os investimentos em carteira no
mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos (descontadas as saídas)
de US$ 2,345 bilhões, dos quais US$ 2,045 bilhões em títulos de dívida e
US$ 300 milhões em ações e fundos de investimento.
Nos oito primeiros meses de 2020, houve
saídas líquidas de US$ 28,281 bilhões, contra ingressos líquidos de US$
7,509 bilhões, em período similar do ano passado. A saída registrada de
janeiro a agosto é a maior da série do BC, iniciada em 1995.
Informações: Banco central
Via: ebc
Post: G. Gomes
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