(Foto Comex do Brasil
As
contas externas registraram saldo positivo pelo sexto mês seguido em
setembro, de US$ 2,320 bilhões, informou hoje dia 230 de Outubro de 2020 o Banco Central (BC).
Foi o primeiro resultado positivo para setembro desde de 2007 (US$ 482
milhões) e o maior para o mês na série histórica iniciada em 1995.

No ano passado, no mesmo mês, houve déficit
de US$ 2,727 bilhões em transações correntes (contas externas), que são
as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda
do Brasil com outros países.
“Seguindo a tendência dos meses anteriores,
essa reversão decorreu do aumento de US$ 2,1 bilhões no superávit da
balança comercial de bens, e das reduções de US$ 2,1 bilhões e de US$
885 milhões nos déficits em renda primária [lucros e dividendos,
pagamentos de juros e salários] e serviços [viagens internacionais,
transporte, aluguel de investimentos, entre outros], respectivamente”,
diz o BC, em relatório.
Em 12 meses encerrados em setembro, houve
déficit em transações correntes de US$ 20,7 bilhões (1,37% do Produto
Interno Bruto - PIB), ante saldo negativo de US$ 25,7 bilhões (1,66% do
PIB) no período equivalente terminado em agosto.
Balança comercial
As exportações de bens totalizaram US$
18,485 bilhões em setembro, com recuo de 9,1% em relação a igual mês de
2019. As importações somaram US$ 13,130 bilhões, queda de 23,3% na
comparação com setembro do ano passado. Com esses resultados, a balança
comercial registrou superávit de US$ 5,355 bilhões no mês passado e de
US$ 36,969 bilhões, no acumulado de sete meses.
Serviços
O déficit na conta de serviços (viagens
internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros)
atingiu US$ 1,621 bilhão em setembro, ante US$ 2,506 bilhões em igual
mês de 2019. Nos sete meses do ano, o saldo negativo chegou a US$ 15,350
bilhões, ante US$ 25,593 bilhões de janeiro a setembro de 2019.
No caso das viagens internacionais, as
receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 164 milhões,
enquanto as despesas de brasileiros no exterior ficaram em US$ 301
milhões. Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit de US$
138 milhões. No acumulado do ano até setembro, o saldo negativo é de US$
2,029 bilhões.
Rendas
Em setembro de 2020, o déficit em renda
primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a
US$ 1,625 bilhão, contra US$ 3,733 bilhões em igual período de 2019. De
janeiro a setembro, o saldo negativo ficou em US$ 30,089 bilhões, ante
US$ 42,825 bilhões em igual período do ano passado.
A conta de renda secundária (gerada em uma
economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares,
sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$
212 milhões, contra US$ 280 milhões em setembro de 2019. Nos sete meses
do ano, o resultado positivo chegou a US$ 1,994 bilhão, contra US$ 977
milhões em igual período de 2019.
Investimentos
Os ingressos líquidos em investimentos
diretos no país (IDP) somaram US$ 1,597 bilhão no mês, ante US$ 6,033
bilhões em setembro de 2019. De janeiro a setembro, o IDP chegou a US$
28,554 bilhões, contra US$ 52,032 bilhões nos sete meses de 2019.
Nos 12 meses encerrados em setembro de 2020,
o IDP totalizou US$ 50 bilhões, correspondendo a 3,31% do PIB, em
comparação a US$ 54,5 bilhões (3,52% do PIB) no mês anterior.
Quando o país registra saldo negativo em
transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou
empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo
negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e
costumam ser investimentos de longo prazo. Apesar de os investimentos
estarem menores neste ano, no acumulado de 12 meses o IDP supera o
déficit nas contas externas.
Em setembro, houve entrada líquida de
investimento em carteira no mercado doméstico no total de US$ 1,207
bilhão, contra US$ 4,911 bilhões de saída líquida em igual período de
2019. No caso das ações e fundos de investimento, houve saída de US$ 972
milhões. Já os investimentos em títulos de dívida tiveram entrada
líquida de US$ 2,179 bilhões.
De janeiro a setembro, houve saídas líquidas
de US$ 27,074 bilhões nesses tipos de investimento, contra a entrada
líquida de US$ 2,598 bilhões observados em igual período de 2019.
Informações: Banco Central
Post: G. Gomes
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