Operação localiza estúdio com material de abuso infantil
Investigadores
que estão atuando na Operação Luz na Infância 7, deflagrada hoje dia 06 de Novembro de 2020
com a participação de polícias civis de 10 estados, e com frente de
ações em outros quatro países, disseram que, entre os presos, há um que
tinha, em uma cidade de São Paulo, um estúdio onde eram produzidos
conteúdos de abuso e exploração de crianças e adolescentes.

Até o momento 49 pessoas foram presas em
flagrante. Só em São Paulo foram 29 prisões. Em Santa Catarina foram
oito; no Paraná, quatro; e no Pará, três. Alagoas, Goiás, Mato Grosso,
Rio de Janeiro e Rio Grande dos Sul tiveram, cada um, uma prisão em
flagrante.
Segundo o coordenador de operações
cibernéticas da Secretaria de Operações Integradas (Seopi) de São Paulo,
Alesandro Barreto, o número de presos deve aumentar até o final do dia,
com as diligências que estão sendo realizadas na busca da materialidade
desses crimes.
Entre as apreensões há R$ 160 mil Reais em
espécie, apreendidos na cidade mineira de Unaí; armas de fogo; veículos e
motos de luxo, inclusive uma Land Rover. Também foi sequestrado um
imóvel que, segundo Barreto, está avaliado em R$ 300 mil Reais.
Buscas e apreensões estão sendo feitas
também na Argentina (províncias de Santa Fé, Entre Rios, La Pampa,
Formosa, Mendoza e Missiones), Paraguai (Cidad del Este e Assunción) e
nos Estados Unidos ( Knoxville, Nashville, Dallas, Raleigh e
Pittsburgh).“Esse tipo de investigação precisa conectar pontos para ser
eficaz. Em tempos de interconectividade, as informações trafegam muito
rápido. Por isso os policiais precisam se conectar entre si. Muitos
criminosos utilizam serviços [de internet] hospedados no exterior. Sem
integração, tanto dentro como fora do país, essa luta não vai ser
efetiva”, disse Barreto durante coletiva de imprensa.
Pandemia e uso de internet
De acordo com a representante do Conselho
Nacional dos Chefes de Polícia Civil Annie Barreto, o isolamento social
decorrente da pandemia tem feito as pessoas ficarem mais em casa,
ampliando o tempo de uso da internet.
“Em tempos de pandemia, as crianças ficam
mais tempos conectadas, motivo pelo qual os pais têm de ficar mais
vigilantes”, disse ela ao sugerir o uso de controles parentais. “A
criança raramente conta para os pais sobre os abusos porque, para ela, é
até difícil entender o que é abuso. O abusador faz a criança achar que
ela está errada. Por vezes até a ameaça. Isso é notado principalmente
nos casos em que ele [o abusador] é próximo da família”, disse Annie
durante balanço da operação.
Segundo Barreto, desde 2017, 700 pessoas já foram identificadas e presas, durante operações policiais, por esse tipo de abuso.
Luz da Infância
A Operação Luz da Infância 7 foi deflagrada
com o objetivo de identificar autores de crimes de abuso e exploração
sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet no Brasil e
em quatro outros países.
No Brasil, a legislação prevê pena que varia
de um a quatro anos para quem armazena esse tipo de conteúdo. O
compartilhamento de materiais desse tipo pode resultar em penas de três a
seis anos; e, no caso de produção de conteúdo relacionado a crimes de
exploração sexual, a pena varia de quatro a oito anos de prisão.
A operação cumpre 137 mandados de busca e
apreensão em dez estados: Alagoas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Informações: CNCP
Post: G. Gomes
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