
O
relatório Gás para o Desenvolvimento: perspectivas da oferta e demanda
no mercado de gás natural no Brasil, divulgado hoje dia 25 de Fevereiro de 2021 pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), revela que a
partir da exploração e produção de novos campos na área do pré-sal, a
oferta tem grande potencial de crescimento, saindo de 50 milhões de
metros cúbicos por dia atualmente para 100 milhões de metros
cúbicos/dia, a partir de 2030.

A gerente da Área de Governo e
Relacionamento Institucional do BNDES, Camila Lima, disse ser necessário
que se tenha acesso a outras infraestruturas, além da infraestrutura offshore (no mar), para que o gás possa chegar ao consumidor final. O preço vai afetar as decisões, sublinhou.
Na parte da demanda, o BNDES percebeu que o
segmento industrial pode ser a principal âncora de demanda firme pelo
seu próprio comportamento, demandando gás para uso energético ou como
matéria-prima. Pesquisa feita pelo banco com um grupo de investidores
industriais revelou que eles estariam interessados em consumir mais de
70 milhões de metros cúbicos de gás diários, a partir de 2030. “Dá uma
visão de sustentação de novos investimentos”, comentou. As novas plantas
representam potencial de R$ 35 bilhões em investimentos.
Camila afirmou que uma questão crítica é o
preço desse gás. Considerando os novos investimentos, o BNDES
identificou demanda de 21,8 milhões de metros cúbicos de gás/dia de
projetos que teriam viabilidade numa faixa de US$ 4 a US$ 6 e até acima
desses valores.
Termelétricas
O estudo feito pelo BNDES analisou também o
setor termelétrico, que é regulado, mas onde se viu grande potencial com
aprimoramentos regulatórios, que já estão em discussão. O potencial
para 2029 das termelétricas foi estabelecido entre 12,8 milhões e 17,6
milhões de metros cúbicos por dia.
Segundo Camila Lima, são medidas importantes
que podem contribuir para a integração do setor elétrico com o mercado
de gás natural, incluindo a flexibilização de regras na comprovação de
combustível nos leilões de energia, com aumento do horizonte de
contratação de usinas termelétricas para A-7.
A demanda veicular foi também objeto de
estudo do relatório. No segmento de transportes de passageiros,
apresenta a vantagem de poder utilizar um mecanismo de indução a partir
de licitações, estimulando a adoção de mais veículos a gás, em especial
ônibus nas regiões metropolitanas. No transporte de carga, a tendência é
que a adoção seja mais gradual, face à pulverização do setor. Camila
destacou, entretanto, que existe grande potencial nesse segmento de
transportes, com benefício à saúde pública e ao meio ambiente.
A gerente do BNDES afirmou que a
consolidação de um marco regulatório para o setor e o aprimoramento do
ambiente de negócios são fatores importantes para aumentar a segurança
jurídica e a clareza dos modelos que vão ser aplicados, além da atração
de investimentos.
Crédito
O BNDES lançou também hoje o Programa Gás
para o Desenvolvimento, que vai atender toda a cadeia produtiva do gás
natural. O programa é um aprimoramento da linha de crédito anterior
BNDES Gás e destaca o apoio a pequenas e médias empresas do setor. Nesse
novo programa de financiamento, o BNDES atuará em conjunto com outras
fontes financeiras do mercado, atendendo oferta e demanda de gás
natural.
Informações: BNDS
Via: ebc
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com