O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
falou ontem dia 03 de Maio de 2021 sobre o papel da bioeconomia na região amazônica e sobre
a capacidade de mudança social que o Brasil pode ganhar com ajustes na
atividade econômica que equilibram características sociais com
atividades comerciais, levando em conta preservação e renovação de
recursos.

Segundo o ministro, para reverter o cenário
de atividade exploratória no Norte do país, a regularização fundiária e o
zoneamento econômico ecológico devem ser priorizados. Salles argumenta
que a região necessita de um “plano diretor” - uma forma estruturada de
organização e planejamento que vai além dos aspectos territoriais e
financeiros.
“Precisamos tirar do papel essa ideia da
bioeconomia para ajudar a gerar emprego e renda para os 23 milhões de
brasileiros que foram deixados para trás na Amazônia - a região mais
rica do Brasil em termos de recursos naturais, porém com uma população
que vive com os piores índices de desenvolvimento humano”, afirmou o
ministro em entrevista à Voz do Brasil.
Tecnologia e meio ambiente
Convidado especial da Semana Nacional das Comunicações, o ministro do Meio Ambiente falou sobre como a nova geração de internet móvel - o 5G, que deverá ser leiloado ainda no primeiro semestre de 2021 - poderá influenciar nas políticas de proteção ambiental.
Para o ministro, uma combinação de recursos
tecnológicos e de atuação física nos locais de preservação contribuem
para o meio ambiente. “Temos uma boa estrutura. Nós utilizamos diversas
fontes de dados, dentre eles satélites nacionais e do exterior também. O
importante é termos não só tecnologia, mas capacidade de atuação. São
coisas que se complementam”, explicou.
Salles lembrou do lançamento do satélite Amazonia 1,
que além de benefícios tecnológicos para o Programa Espacial
Brasileiro, monitora constantemente focos de incêndio e de desmatamento
na ampla região de florestas brasileiras.
Wifi nos parques
Segundo o ministro, outro aspecto importante
do leilão do 5G é a ampliação do sinal 4G em áreas remotas - o que
permitirá que o sinal alcance parques e reservas ecológicas com mais
facilidade, o que deve incentivar e facilitar o turismo nessas regiões.
A iniciativa também é prevista no programa
Conecta Parques, que deve beneficiar 10 milhões de visitantes, segundo o
ministério. “As pessoas querem visitar os parques e tirar fotos, mandar
para a família, para os amigos, subir nas redes sociais. É importante
que isso tenha uma boa cobertura.”
Acordos internacionais
O ministro afirmou que acredita que haverá
benefícios com a nova tecnologia também para os estudos que envolvem o
mapeamento da fauna e flora e o patrimônio genético brasileiro. “O
Brasil fez a ratificação do protocolo de Nagoya, que permite que o
Brasil consiga utilizar a biodiversidade e também terceiros possam
utilizá-la. Para tudo isso acontecer dentro das regras, a tecnologia é
fundamental.”
Sobre a Cúpula de Líderes para o Clima,
Salles afirmou que o Brasil não pode ser classificado como “vilão
ambiental”, e que as solicitações e acordos internacionais também devem
oferecer contrapartidas para lidar com os problemas de preservação
internos.
“O Brasil está longe de ser um vilão
ambiental. Temos 84% da Amazônia preservada. 66% da vegetação nativa
está preservada. Temos um código florestal que nenhum outro país tem.
Assinamos o Protocolo de Kyoto, que prevê ações para o clima, e
recebemos apenas um terço do que foi prometido”, explicou.
O ministro informou que o Brasil possui
ativos não creditados em acordos e parcerias internacionais, e
esclareceu que o país tem pouca contribuição na mudança climática.
“Temos uma série de ativos que o Brasil não
recebeu. Somos chamados para ajudar no problema das mudanças climáticas -
que não é da nossa participação. Somos apenas 3% das emissões, os
outros países têm muito mais. Se ajudamos a resolver o problema da
mudança climática, que não é causado por nós, também queremos que nos
ajudem a resolver o problema do desmatamento”, argumentou.
Adote um parque
Lançado em fevereiro deste ano, o programa
Adote um Parque é uma das iniciativas prioritárias do ministro. Pensado
para permitir que pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
estrangeiras, possam ajudar na preservação de santuários ambientais
brasileiros, o programa já conseguiu aporte para 8 parques nacionais, e
pode chegar a R$ 3,2 bilhões de reais em apoio direto ao meio ambiente.
“[O programa] foi um sucesso. Tinha uma
outorga prevista em R$ 700 mil reais e que arrecadou 20 milhões. A
quantidade de empregos, oportunidades, desenvolvimento e preservação
ambiental que o programa nacional de concessões de parques vai gerar é
muito importante”, informou.
Época de queimadas
Segundo Salles, os reforços para a
fiscalização e combate durante a época das queimadas já estão sendo
providenciados. Serão 3,3 mil novos brigadistas, 10 aviões de combate ao
fogo, helicópteros e viaturas destacadas especificamente para deter as
queimadas antes de atingirem grandes proporções.
Salles destacou, no entanto, que medidas de
prevenção nas esferas estaduais e municipais são as mais importantes, já
que o governo federal não tem influência nas políticas regionais. “É
preciso agir preventivamente. Quem autoriza isso são os estados, às
vezes até os municípios, não o governo federal. Quando não se faz o uso
preventivo do fogo e de outras medidas, quando chega a queimada, ela
atinge grandes proporções.”
Lixão Zero
O ministro lembrou ainda sobre o recorde atingido pelo país em 2020, que registrou 97% de reciclagem do alumínio utilizado. Para Salles, acordos de logística reversa e o marco do programa Lixão Zero foram grandes contribuições para o marco.
“Ter a logística reversa significa trazer de
volta o produto, reciclar, reinserir na economia. Junto com o programa
Lixão Zero, com tecnologia e utilização do lixo para geração de energia
elétrica, vamos combater essa praga, que é o uso de lixões Brasil
afora”, concluiu.
Informações: MMA
Via: ebc
Post: G. Gomes
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