Qualificar o jovem e
incentivar o empreendedorismo são alguns dos objetivos do programa
Horizontes, lançado no ano passado pelo Governo Federal. A ideia é
atingir jovens de 18 a 29 anos, especialmente aqueles em situação de
vulnerabilidade social.
O programa busca aumentar a qualificação dos jovens para criação e
manutenção dos próprios negócios, além de estarem previstas capacitações
que ajudem na integração no mercado de trabalho.
E pensando ainda mais no futuro, o Horizontes criou o Espaço 4.0, uma
ação de eixo tecnológico, que quer proporcionar oportunidades de
capacitação técnica e ampliação de habilidades de olho nas profissões do
futuro.
Para explicar as ações, a secretária Nacional da Juventude, Emily
Coelho, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,
conversou com a reportagem sobre o tema.
A secretaria desenvolve um programa chamado
Horizontes, que é voltado para desenvolver o empreendedorismo e a
inovação em gestão. Quais são os objetivos com esse programa?
O Horizontes é um programa que foi instituído em portaria no ano
passado, é o caçulinha da SNJ [Secretaria Nacional da Juventude], e ele
tem o objetivo de fomentar o empreendedorismo e a inovação, ajudar o
jovem a criar o seu próprio negócio e a consolidar aqueles negócios já
existentes.
Bem como fomentar o micro e o nano empreendedorismo entre os
jovens tendo em vista a questão da inclusão produtiva para a juventude,
que é um grande desafio. Hoje, a gente tem a média nacional entre 13 e
14% de desocupados e desempregados, e quando a gente passa para o
recorte da juventude esse número dobra, a gente tem entre 28 e 29% das
nossas juventudes desocupadas.
E quando eu falo desocupada é em um
sentido bem amplo, é que não está se capacitando, não está estudando e
também não está em alguma ocupação de trabalho. Então, o programa, ele
vem justamente para isso. Eu digo que a grande bandeira da SNJ é a
inclusão produtiva e não apenas a frente do trabalho informal, no
sentido de estar empregado em alguma empresa, mas também em ser um
empresário que futuramente será um novo empregador para outros jovens.
E tem um balanço sobre quantos projetos já estão sendo desenvolvidos pelo programa e em quais locais?
O programa está baseado em quatro pilares, no pilar inclusão
produtiva, que é de capacitação, a gente tem cinco editais que foram
lançados no ano passado para termos de fomento e eles serão executados
aqui no Centro-Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e
Minas Gerais. E vamos ter também um edital que vai ser executado no
Ceará, em Fortaleza, e um outro que vai ser lá em Pernambuco, em Recife,
e um para o arquipélago do Marajó (PA), para todos os municípios. E no
pilar tecnologia com os Espaços 4.0, que são os espaços de
experimentação, a gente vai atender vinte e um estados do Brasil por
enquanto, esperamos estender para todos os outros estados e para mais
municípios também.
Sobre o Espaço 4.0 para capacitar esses jovens por meio da tecnologia, como é que funciona?
O Espaço 4.0 vem sendo pensado justamente por causa da 4° Revolução
Industrial. Desde 2013 que o Fórum Econômico Mundial vem falando, várias
vezes, foi uma pauta muito relevante desde 2013 a questão da 4°
revolução e dessas novas tecnologias, das tecnologias disruptivas.
Em
alguns levantamentos que eles fizeram em 2013, já falavam que 50% das
crianças que estavam no ensino básico, trabalhariam em profissões que
ainda não existiam. Isso era uma projeção para vinte anos, então era até
2033, que está logo ali. A 4ª revolução vem acelerando muito as coisas,
e tem um relatório da OCDE [Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico] que aumentou essa projeção e falou que os
alunos do ensino básico hoje estarão 65% deles trabalhando em profissões
que ainda não existem. Então quando a gente fala de inclusão digital,
inclusão dessas novas tecnologias, tecnologias disruptivas, inteligência
artificial, a gente vive vendo aí notícias de como a inteligência
artificial está afetando tudo.
A UFMG [Universidade Federal de Minas
Gerais], por exemplo, este ano vai receber um laboratório voltado para
inteligência artificial na área da saúde.
Ainda a gente tem este ano os
debates do 5G no Congresso, que será o ano inteiro, até a gente ter a
regulamentação do 5G, e com isso a gente vai ter carros autônomos. Eu
sempre venho trazendo essa informação do carro autônomo. Porque os
carros e os caminhões vão passar a ser dirigidos por ninguém, vai ser
uma inteligência artificial que vai fazer com que eles andem.
Então o
Espaço 4.0 é um espaço de experimentação que serve justamente para o
jovem em situação de vulnerabilidade. Por mais que eu seja secretária
Nacional e esteja responsável pelos 47 milhões de jovens do Brasil, o
foco da minha política pública e o foco dos projetos da SNJ vai ser
sempre o jovem mais vulnerável, que vai ser o jovem mais atingido pela
4° revolução, pela substituição de empregos.
Essa é a grande preocupação
da Secretaria Nacional da Juventude. Porque não dá para gente lutar
contra a 4° revolução, as tecnologias elas não vão “involuir”, elas vão
continuar avançando, então a gente tem que preparar o jovem para essa
nova realidade.
Tem que os educar minimamente nessas novas tecnologias
pra que eles sejam aqueles que vão estar pensando na programação que
está por trás do aplicativo, vão ser aqueles que vão estar fazendo
tráfego de dados ali, sendo analista de big data, aqueles que vão
realmente formular as novas tecnologias.
Como é a estrutura desse Espaço 4.0? Como esse jovem que está com emprego ameaçado pode procurar esse serviço?
A gente tem duas formas de implementação do Espaço 4.0, através de
convênios com municípios e estados ou termo de execução descentralizada
com órgãos federais, Institutos Federais em via de regra. Então, a
partir disso, a partir desses convênios, a gente repassa o recurso pra
aquisição de mesa, cadeira, computador de última geração, tablet,
impressora 3D, máquina de corte a laser, caixa de ferramenta pra
manutenção de computador e de celular, pra que o jovem aprenda essa nova
profissão que muitos deles de outra forma não teriam acesso, já que
esses cursos não são baratos.
Um curso de formação em TI não é barato,
um curso de formação pra programador não é barato, então a gente quer
ofertar esses cursos de forma gratuita para os jovens. E aí a seleção
vai ser feita a partir de editais que vão ser feitos pelos municípios e
Institutos Federais sempre observando os critérios de vulnerabilidade. O
jovem mais vulnerável e que mais precisa dessa qualificação tem que
entender que as novas tecnologias são para ele sim, não é porque ele tem
uma situação de vulnerabilidade na sua casa e na sua comunidade que ele
deve estar de fora. Ele tem que ser incluído e a secretaria está aqui
para ajudá-lo nesse ciclo.
Saiba mais sobre o Programa Horizontes
Saiba mais sobre o Espaço 4.0
Informações: Governo Federal
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com