A
corrente de comércio - exportações mais importações - registrou em maio
o maior valor na série histórica iniciada em 1997. O volume chegou a
US$ 54,6 bilhões em maio, crescimento de 58,2% em relação ao mesmo mês
do ano passado. O desempenho se repetiu na balança comercial que teve
saldo positivo de US$ 9,3 bilhões, o maior na série histórica e US$ 2,5
bilhões acima do valor de maio de 2020.

Os dados são do Boletim de Comércio Exterior
(Icomex) referente ao mês de maio, divulgados no dia 12 de Junho pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).
De acordo com o indicador, a China foi a
principal contribuição para o saldo positivo da balança comercial, com
superávit de US$ 19,1 bilhões, o que representa 70,4% do saldo global.
Além da China, saldos positivos foram registrados nos demais países da
Ásia e na América do Sul.
Acumulado
O superávit comercial no acumulado do ano
até maio alcançou US$ 27,1 bilhões, o maior na série histórica. Na
corrente de comércio foi o segundo valor mais elevado, chegando a US$
190,2 bilhões, inferior em US$ 1,1 bilhão ao registrado em 2013. Na
comparação com o acumulado de maio de 2020, o superávit comercial
aumentou em US$ 11,1 bilhões e a corrente de comércio em 26,2%, com
resultado de US$ 42,6 bilhões.
O instituto destacou que os índices de
comércio exterior mostram variação positiva nos três grandes setores da
indústria, tanto na comparação interanual mensal como na do acumulado.
“Chama atenção a variação mensal acima de 10% em todos os setores, tanto
nas exportações como nas importações. O aumento das importações, mesmo
em um cenário de câmbio elevado, será ressaltado”, disse o o Ibre.
Ainda na comparação interanual do mês de
maio, a principal contribuição para o aumento no valor exportado de
53,8% foi de preços, que cresceram 40,1%. Nas importações, o valor
aumentou em 65,3% e o volume influenciou o resultado com aumento de
42,1%.
Já na relação entre os acumulados dos anos até maio, as exportações avançaram 30,6% e as importações 20,9%.
Exportações
Assim como ocorreu em abril, o volume das não commodities,
que teve variação de 33,8%, puxou o desempenho exportador de maio,
enquanto o das commodities, mesmo positivo, ficou em 12,9%. Nos preços,
as commodities se destacaram com alta de 38,5%.
No acumulado do ano, a indústria de
transformação ficou na frente, com crescimento de 10,3% no volume
exportado. Os dez principais produtos exportados foram açúcar e melaço,
farelos de soja, carne bovina, combustíveis, celulose, carne de aves,
semi-acabados de ferro ou aço, ouro não monetário, ferro gusa e veículos
de passageiros.
“Observa-se que, exceto os automóveis, todos os outros podem ser classificados como commodities.
Se avaliarmos os 20 principais produtos exportados, estão presentes
instalações para equipamentos de engenharia, aeronaves, partes e peças
para automóveis e outros veículos de transporte de mercadorias. Nesse
caso, os produtos do setor de material de transporte lideram as
exportações de maior valor adicionado.”
O destaque na análise mensal ficou com o
aumento no volume da indústria extrativa, liderado pelo minério de
ferro, com crescimento de 24,2% em volume e 106% nos preços. O petróleo
foi o segundo principal produto.
Embora tenha registrado queda de volume,
houve aumento de preço de 139%, o que resultou numa variação em valor de
54%, na comparação interanual do mês de maio.
A produção de soja explicou 89% das
exportações da agropecuária em maio e 78% no acumulado de janeiro a
maio. Depois da soja, o café e o algodão foram os principais produtos.
Importações
O volume importado da indústria de
transformação ficou em 45,2% na comparação mensal. Os combustíveis,
foram os primeiros da lista dos cinco principais produtos importados.
Teve aumento no valor de 228%, com a elevação de volume de 67% e de
preços de 97%.
Na agropecuária, o trigo registrou aumento
em valor de 53%, com volume em 27% e nos preços em 21% e respondeu por
37% das importações do setor em maio. O óleo bruto de petróleo explicou
48% do total das compras da indústria extrativa, com aumento em valor de
534%, volume 341% e preços 44%.
Parceiros
Nos volumes exportados e importados do
Brasil com os principais parceiros, o destaque ficou para o aumento nos
volumes exportados para os países da América do Sul, inclusive a
Argentina e as vendas do setor automotivo explicam o resultado. Na
Argentina, o aumento do volume foi de 45,1% e os preços 6,5%. Para os
outros países da América do Sul, o volume aumentou 31,8% e os preços,
5,8%. A participação da China nas exportações brasileiras passou de
32,5% para 34% entre janeiro e maio de 2020 e 2021.
Informações: FGV
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com