
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje de hoje dia 07 de Dezembro de 2021 a
Operação Bancarrota, decorrente de investigação realizada em conjunto
com a Controladoria-Geral da União (CGU), que também participa das
buscas. A ação investiga licitação para a realização do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem), de 2010 a 2018.

De acordo com a CGU, uma auditoria realizada
em 2019 revelou irregularidades nos contratos assinados pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) com
uma empresa responsável pela impressão dos exames, incluindo as provas
do Enem.
Segundo a PF, de 2010 a 2018 o Inep
contratou para realização do Enem, sem observar as normas de inexigência
de licitação, empresa que recebeu um total de R$ 728.645.383,37 dos
cofres públicos neste período.
Além disso, acrescentou a PF, apurou-se o
envolvimento de servidores do Inep com diretores da empresa, bem como
com companhias de consultoria subcontratadas pela multinacional.
Segundo a CGU, as investigações revelaram a
atuação de diretores e servidores do instituto com consultores das
gráficas contratadas, no direcionamento da contratação das empresas para
impressão das provas.
Em 2019, a empresa entrou com pedido de
falência, o que levou o Inep a realizar novo pregão eletrônico,
resultando na contratação de empresa classificada em terceiro lugar no
certame, após a desclassificação das duas primeiras.
Enriquecimento ilícito
Segundo a PF, os contratos sob investigação
totalizaram um pagamento às empresas de R$ 880 milhões, desde 2010.
Deste montante, estima-se que cerca de R$ 130 milhões foram
superfaturados para fins de comissionamento da organização criminosa,
que seria composta por empresários, funcionários das empresas envolvidas
e servidores públicos.
A PF diz ainda que as investigações apontam
para um enriquecimento ilícito de R$ 5 milhões de servidores do Inep
suspeitos de participação no esquema criminoso. Os envolvidos são
suspeitos do cometimento dos crimes de organização criminosa, corrupção
ativa e passiva, crimes da lei de licitações e lavagem de dinheiro, com
penas que ultrapassam 20 anos de reclusão.
Diligências
São cumpridos 41 mandados de busca e
apreensão no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, além de ter
sido determinado pela Justiça Federal o sequestro de R$ 130 milhões das
empresas e pessoas físicas envolvidas. Foram destacados 127 policiais
federais e 13 auditores da CGU para o cumprimento das diligências.
Informações: Polícia Federal
Via: ebc
Post: G. Gomes
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