Recomendações
Meiruze lembrou que caberá ao Ministério da
Saúde a decisão sobre “conveniência e oportunidade” para inclusão da
vacina no Programa Nacional de Imunização, mas que cabe à Anvisa
apresentar as recomendações e condições que devem ser seguidas para a
vacinação das crianças nessa faixa etária.
“A vacinação das crianças nessa faixa etária
deve ser iniciada após treinamento completo das equipes que de saúde
que farão a aplicação, uma vez que a grande maioria dos eventos adversos
pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado a faixas
etárias erradas, de doses inadequadas e da preparação errônea do
produto”, disse a diretora.
Uma outra recomendação da Anvisa é de que a
vacinação das crianças seja feita em “ambiente específico e segregado da
vacinação de adultos”. O ambiente deve ser “acolhedor e seguro para a
população pediátrica”. É também indicado que as crianças permaneçam no
local em que a vacinação ocorrer por pelo menos 20 minutos após a
aplicação, de forma a serem observadas por esse período.
A sala em que se dará a aplicação da vacina
deve ser exclusiva para a aplicação dessa vacina. E não deve ser
aproveitada para a aplicação de outras vacinas,
ainda que pediátricas.
Não havendo essa possibilidade na infraestrutura, para essa aplicação,
que sejam adotadas todos cuidados visando uma administração segura.
No caso de comunidades isoladas, como
aldeias indígenas, a Anvisa recomenda que, sempre que possível, a vacina
seja feita em dias separados, não coincidentes com os dias de aplicação
em adultos.
Intervalo de 15 dias
Segundo a diretora da Anvisa, a vacina não
deve ser administrada de forma concomitante com outras vacinas do
calendário infantil. “Por precaução é recomendado intervalo de 15 dias”,
disse a diretora.
A modalidade de vacinação drive thru também deve ser evitada.
Outra recomendação é que os agentes de saúde
devem informar aos pais ou responsáveis que acompanham crianças e
adolescentes sobre sintomas e reações esperadas após a vacinação, como
dor, inchaço ou vermelhidão local, febre, fadiga, dor de cabeça ou
linfadenopatia (gânglios) na axila do braço que recebeu a vacina.
“Pais ou responsáveis devem procurar um
médico, caso a criança apresente dores repentinas no peito, falta de ar
ou palpitações após a aplicação da vacina”, afirmou a diretora. Crianças
que completarem 12 no intervalo entre a primeira e a segunda dose
deverão manter a dose pediátrica.
Secretários de Saúde
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(Conass) divulgou nota na qual manifestou apoio à aprovação do
imunizante para esse público. Nela, o presidente da entidade, Carlos
Lula, destaca que o imunizante já foi aprovado para a faixa etária pela
Agência Europeia de Medicamentos (EMA), pela Agência Americana Food and
Drug Administration (FDA) e pelo governo de Israel.
“Tendo em vista que para dar início à
vacinação nesta faixa etária será necessária formulação específica desta
vacina com um terço da fórmula padrão [10 microgramas por dose], o
Conass aguarda posicionamento do Ministério da Saúde quanto à sua
aquisição, o que é de sua competência. Aguardamos também, com
expectativa, o processo de avaliação da vacina CoronaVac, do Instituto
Butantan, para a vacinação de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, já
amplamente utilizada em outros países, com disponibilidade imediata no
Brasil”, disse Carlos Lula.
Contatado pela Agência Brasil,
o Ministério da Saúde informou que não há, ainda, previsão sobre quando
começará a aplicar a vacina da Pfizer em crianças com idade entre 5 e
11 anos.
Ameaças
O diretor presidente da Anvisa, Antônio
Barra Torres, aproveitou o anúncio para denunciar que todos diretores da
Anvisa receberam ameaças - algumas de morte - de pessoas contrárias à
vacinação em crianças.
Segundo Torres, “o acirramento da violência
anti-vacina está em viés crescente”, mas o trabalho que vem sendo
desenvolvido pela agência não será prejudicado.
Ele informou que “não cabe à Anvisa e, sim, às autoridades de saúde, a aplicação do imunizante".
Informações: Anvisa
Via: ebc
Post: G. Gomes
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