Foi
lançado o Plano Nacional de Fertilizantes com medidas para reduzir a
dependência do produtor rural brasileiro em relação ao fertilizante
importado. O plano é uma referência para o planejamento do setor até
2050. O lançamento ocorreu nesta sexta-feira (11/03/2022), com participação
do Presidente da República, Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto.
A iniciativa buscará readequar o
equilíbrio entre a produção nacional e a importação. A intenção é
atender à crescente demanda por produtos e tecnologias de fertilizantes,
de forma a viabilizar que o Brasil tenha mais autonomia, com um
percentual reduzido de dependência externa para o fornecimento dos
fertilizantes ao produtor.
Atualmente, o Brasil ocupa a 4ª posição
mundial com cerca de 8% do consumo global de fertilizantes. A
estimativa é que 85% daqueles utilizados no Brasil sejam importados, em
um mercado global com poucos fornecedores. A ideia é que, com o Plano
Nacional de Fertilizantes, seja possível diminuir a dependência de
importações, em 2050, dos atuais 85% para 45%, mesmo que a demanda por
fertilizantes dobre nesse período.
Os fertilizantes são responsáveis por
fornecer nutrientes para as plantas, por isso são essenciais para o
Brasil que é o quarto maior produtor mundial de grãos, sendo responsável
por 7,8% da produção total mundial.
O Presidente Jair Bolsonaro afirmou que
o plano lançado hoje começou a ser gestado entre fevereiro e março do
ano passado e o documento apresentado é de extrema importância para o
país. Também disse ainda que a preocupação com o setor de fertilizantes
mostra o compromisso do Governo em antecipar problemas e buscar
soluções.
Entre as culturas que mais requerem o
uso de fertilizantes estão a soja, o milho e a cana-de-açúcar, somando
mais de 73% do consumo nacional. O principal nutriente utilizado pelos
produtores brasileiros é o potássio (38%). Na sequência, aparecem o
fósforo, com 33% do consumo total de fertilizantes, e o nitrogênio, com
29%.
Os produtos chegam ao país vindos,
sobretudo, da Rússia, da China, do Canadá, do Marrocos e da
Bielorrússia, de acordo com dados do Ministério da Economia. Completando
a lista dos dez maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil em
2021 estão os Estados Unidos, Catar, Israel, Egito e Alemanha.
Menor dependência e inovação
A elaboração do plano foi iniciada em
2021, sob a coordenação da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República, e foi formalizada nesta sexta-feira por
meio de decreto assinado pelo Presidente Jair Bolsonaro.
O documento tem 80 metas e 130 ações
estruturantes de curto e longo prazo. Um exemplo é o mapeamento de obras
paralisadas que, uma vez retomadas e concluídas, podem aumentar a
produção nacional de fertilizantes. Outro é a previsão de investimento
na formação e capacitação de profissionais para atuarem no setor de
tecnologia de fertilizantes.
Além de ter o objetivo de reduzir a
dependência externa, as diretrizes do Plano Nacional de Fertilizantes
abordam uma política fiscal favorável ao setor para ampliar a produção
competitiva de fertilizantes, tais como o incremento de linhas de
fomento ao produtor, incentivos a ações privadas, expansão da capacidade
instalada de produção e melhorias na infraestrutura e logística
nacionais.
O plano ainda apresenta oportunidades
de produção com novas tecnologias e sustentabilidade ambiental em
relação a produtos emergentes, como os fertilizantes organominerais e
orgânicos - adubos orgânicos enriquecidos com minerais, por exemplo - e
os subprodutos com potencial de uso agrícola, como os bioinsumos e
biomoléculas, os remineralizadores, nanomateriais, entre outros.
O documento também institui o Conselho
Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas, órgão consultivo e
deliberativo que coordena e acompanha a implementação do Plano Nacional
de Fertilizantes.
Caravana
Na cerimônia, foi assinado um termo
para viabilizar a Caravana Embrapa FertBrasil, prevista no Plano. A
caravana prevê visitas técnicas aos principais polos agrícolas com o
objetivo de levar conhecimento e tecnologia ao produtor rural brasileiro
para o uso eficiente de fertilizantes. De acordo com o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a caravana terá impacto imediato
capaz de promover uma economia de até 20% no uso dos fertilizantes, já
na safra 2022/2023, e resultar em até um US$ 1 bilhão de economia para o
produtor rural brasileiro. Informações: Governo Federal
Via: ebc
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com