O avião da Polícia Federal (PF) que
transportou os remanescentes humanos encontrados durante as buscas pelo
indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips
pousou, por volta das 18h30min, no Aeroporto de Brasília. O material está
sendo levado para o Instituto Nacional de Criminalística , onde será
periciado para confirmação da identidade. 

Dia 5 de Junho de 2022, a PF confirmou que foram encontrados restos mortais durante as buscas que
foram realizadas com a presença do pescador Amarildo da Costa de
Oliveira, conhecido como "Pelado”. Ele confessou a participação no
desaparecimento e indicou o local onde os corpos foram enterrados.
Diante da confissão, a PF foi até o local,
onde foi realizada a reconstituição da cena do crime. Durante as
escavações, as equipes encontraram remanescentes humanos em uma área de
mata fechada.
As investigações continuam para apuração da
suposta participação de mais pessoas no desaparecimento e para encontrar
o barco utilizado pelos suspeitos para executar os crime.
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil estavam desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
De acordo com a coordenação da União das
Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Pereira
e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (3/06/2022) no Lago do Jaburu, nas
proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e
fizesse entrevistas com indígenas.
Segundo a Unijava, no domingo (5/06/2022), os dois
deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte, após parada na
comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com
uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No mesmo dia, uma
equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca de Bruno
e Dom, mas não os encontrou e eles foram dados como desaparecidos.
Pesar
O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux,
demonstrou pesar diante da confirmação do assassinato do indigenista e
do jornalista. Fux informou que o caso será acompanhado por um grupo de
trabalho do conselho.
“Em nome dos observatórios e do grupo de
trabalho, o ministro Luiz Fux manifesta extrema tristeza pelos
acontecimentos e afirma às famílias e aos amigos que a luta do
indigenista e do jornalista para garantia dos direitos humanos e da
preservação da Amazônia jamais será esquecida”, declarou.
Em nota, a Câmara de Povos Indígenas e
Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (MPF) declarou
que o Estado brasileiro não pode tolerar atos de violência contra
defensores dos direitos humanos.
“Cientes da gravidade da situação, da dor e
angústia de familiares e amigos do indigenista Bruno Pereira e do
jornalista Dom Phillips, expressamos nossa solidariedade ao tempo que
reafirmamos o compromisso do Ministério Público Federal de continuar
acompanhando e agindo em conformidade com suas atribuições, na busca da
completa elucidação dos fatos e da garantia dos direitos indígenas”,
declarou o órgão.
Antes de ontem dia 15 de Junho de 2022, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também manifestou pesar pelas vítimas.
“É com enorme pesar que recebo a notícia de
que foram encontrados os restos mortais do indigenista Bruno Araújo e do
jornalista Dom Phillips. Em respeito às vitimas, à Amazônia e à
liberdade de imprensa, espero que todos os criminosos envolvidos sejam
punidos com o rigor da lei”, declarou.