Os
pequenos negócios geram renda em torno de R$ 420 bilhões por ano, o
equivalente a cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos
bens e serviços produzidos) brasileiro. A estimativa consta do Atlas dos
Pequenos Negócios, lançado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae), que hoje dia 5 de Julho de 2022 completa 50 anos.
Segundo o levantamento inédito, os negócios de menor porte injetam R$ 35
bilhões por mês na economia brasileira. A pesquisa analisou a
participação na economia de microempresas, pequenas empresas e
microempreendedores individuais (MEI).
De acordo com a publicação, os MEI geram R$ 11 bilhões todos os meses, o
que significa R$ 140 bilhões por ano. As micro e pequenas empresas
geram mensalmente R$ 23 bilhões, movimentando R$ 280 bilhões por ano.
Atualmente, os negócios de menor porte correspondem a 30% do PIB.
Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a participação poderá
chegar a 40% do PIB, caso o país cresça 3% ao ano nos próximos anos. “Em
países desenvolvidos, a participação dos pequenos negócios no PIB fica
em torno de 40% a 50%. Se em 10 anos conseguirmos promover esse
crescimento, toda a economia sai beneficiada, graças ao poder que as MPE
[micro e pequenas empresas] têm de gerar renda e empregos”, avaliou.
A pesquisa constatou que, de 15,3 milhões de donos de pequenos negócios
em atividade no Brasil, 11,5 milhões dependem exclusivamente da
atividade empresarial para sobreviver. Em relação aos MEI, a proporção
chega a 78%, o que equivale a cerca de 6,7 milhões de pessoas. Entre os
donos de micro e pequenas empresas, 71% têm no negócio de pequeno porte a
principal fonte de renda, o que representa cerca de 4,7 milhões de
pessoas.
Crescimento
De 2012 a 2021, o número de trabalhadores
por conta própria no Brasil cresceu 26%, passando de 20,5 milhões para
25,9 milhões. No mesmo período, o número de formalizações entre os MEI
passou de 2,6 milhões para 11,3 milhões, alta de 323%. Isso significa
crescimento mais de 12 vezes maior entre os microempreendedores
individuais, comparado com os donos de negócios que não se formalizaram.
Segundo a pesquisa do Sebrae, 28% dos MEI atuavam fora do mercado formal
ao adotar o regime especial de pagamento de imposto. Desse total, 13%
tinham como ocupação principal o empreendedorismo informal e 15% atuavam
como empregados sem carteira assinada. A proporção de informais vem
caindo ao longo do tempo. Cerca de 2,5 milhões de pessoas foram
retiradas da informalidade (28% de 8,7 milhões de microempreendedores
individuais em atividade), por causa do registro do MEI.
Em relação às micro e pequenas empresas, 13% dos empreendedores eram
informais antes da abertura do negócio. Desse total, 6% exerciam a
atividade como empreendedores informais e 7% eram empregados sem
carteira assinada.
Regiões e estados
O Atlas dos Pequenos Negócios também revelou
peculiaridades entre regiões e estados. O Norte tem uma das maiores
proporções de jovens e negros à frente de um negócio. No Nordeste,
Sergipe é um dos estados com a maior proporção de empreendedores. No
Centro-Oeste, o Distrito Federal tem uma das maiores proporções de donos
de negócios com ensino superior.
O Sul é a região com a maior proporção de empreendedores que contribuem
para a Previdência Social. O Sudeste tem o maior número de pequenos
negócios, com três estados – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro –
concentrando 40% dos donos de empresas de pequeno porte no Brasil.
Em relação aos estados, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba e Sergipe têm
as maiores participações de microempreendedores individuais entre os
empreendimentos abertos. Maranhão, Amapá, Paraná e Piauí têm a maior
proporção de microempresas na abertura de negócios. Na abertura de
empresas de pequeno porte, lideram Mato Grosso, Pará, Amazonas e Amapá.
O estado do Rio de Janeiro, o Distrito Federal e o Sergipe têm as
maiores proporções de mulheres entre donos de negócio, com 38%, 37% e
37% do total, respectivamente. A proporção de empreendedores que se
classificam como negros (pretos e pardos) chega a 84% do total dos donos
de negócios no Amazonas e no Acre. Em Santa Catarina e no Rio Grande do
Sul, a proporção de negros chega a apenas 15%.Post: G. Gomes
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Informações: Sebrae