A Indústria de Software e Serviços de
Tecnologia da Informação e Comunicação (ISSTIC) no Brasil registrou uma
produção estimada em US$ 53,3 bilhões em 2021, valor que responde por
82,8% do total dos serviços produzidos pelo setor de TIC e aponta para
um crescimento de 6,5% em relação ao observado no ano anterior.

Segundo a pasta, o levantamento mostra que o
mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) brasileiro tem
crescido a uma taxa acima do setor global. Ainda de acordo com o
estudo, as novas tecnologias devem impulsionar esse segmento e se tornar
cada vez mais relevantes para o avanço da TIC brasileira nos próximos
anos. Além disso, o país tem aumentado a oferta de serviços de suporte à
infraestrutura de conectividade.
“A pandemia acelerou a transformação digital
e isso demandou que o setor se organizasse. As informações que nós
tínhamos eram informações que o setor contava para nós, precisávamos
identificar os números reais para que a gente conseguisse alinhar as
políticas públicas dentro do ministério. Esse estudo traz informações
que estão alinhadas com as nossas expectativas, mas também informações
adicionais que vão agregar, não só as políticas do ministério, mas do
governo federal como um todo”, observou o secretário de Empreendedorismo
e Inovação do MCTI, José Gustavo Gontijo.
O relatório se baseia em dados oficiais e de
institutos de pesquisa com o objetivo de ampliar a discussão sobre o
setor, criação de séries históricas, facilitando, inclusive, a
realização de comparativos com outros mercados mundiais.
A publicação reúne números, análises e
projeções que traçam uma radiografia do setor incluindo o perfil das
empresas, sua participação na economia e na balança comercial do país,
quantidade e distribuição geográfica, além de projetar perspectivas para
o futuro sob o ponto de vista tanto do mercado nacional como
internacional.
Nesse levantamento, a Indústria de Software e
Serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação foi analisada com
base em quatro grandes segmentações das atividades: Indústria de
Software, Serviços de TI, Serviços de Telecomunicações e Outros Serviços
Relacionados.
Cenário
De acordo com o relatório, os últimos anos
apresentaram múltiplos desafios, principalmente em decorrência da
pandemia desencadeada com a covid-19. Nesse contexto, a atuação do
mercado de tecnologia foi essencial para trazer soluções ao novo formato
de trabalho e à aceleração da transformação digital.
Em 2019, 135,3 mil empresas formavam o setor
de Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação e
Comunicação, o que representa um salto de 12,8% em relação a 2018. Chama
a atenção a baixa média de colaboradores por empresa: apenas oito
pessoas. Em 2021, o mercado de trabalho do setor encerrou com 15% a mais
de profissionais contratados em relação ao ano imediatamente anterior. A
indústria de software emprega 55% dos trabalhadores da ISSTIC.
“Mesmo com o ambiente de desemprego que a
gente viveu nos últimos anos, o setor continua cada vez mais
demandando recursos humanos. Toda vez que uma nova área do conhecimento
se incorpora às tecnologias digitais, mais oportunidades de capacitação
se aprova. Nesse momento, o grande desafio é o pessoal de inteligência
artificial, de segurança da internet e o pessoal de tecnologias
quânticas. Esses mercados a gente precisa rapidamente responder e
preparar o capital humano, porque o desafio passa necessariamente por
incorporação dessas tecnologias digitais em um ambiente de TIC”, afirmou
o ministro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo
Alvim.
No ano passado, estima-se que a indústria de
software, responsável por cerca de um quinto da ISSTIC, cresceu 9,2% e
Telecomunicações apenas 1,9%. Em termos de produção, a área de
telecomunicações perdeu espaço para a indústria de software e serviços
de TI entre 2019 e 2021. Nesse período, inclusive, serviços de TI foram
destaque com o melhor desempenho: crescimento médio de 6,5% ao ano e
aumento da participação na ISSTIC de 2,5 pontos percentuais.
De acordo com o MCTI, o país é um dos
grandes players globais em telecomunicações, abrigando mais de 30% da
população da América Latina, e o maior mercado da região para o
segmento. Apesar da importância, Telecom registrou queda na participação
na ISSTIC de 3 pontos percentuais no período. Já a indústria de
software aumentou ligeiramente a sua contribuição à ISSTIC (+0,5 ponto
percentual) nos anos comparados.
“O mercado de TIC brasileiro cresce acima da
taxa global, temos potencial brasileiro de execução, o desempenho dos
serviços de TI chama a atenção tanto em termos de produtividade quanto
de crescimento”, frisou a pesquisadora do Observatório Softex, Elinne
Val.
O relatório identifica, também, que após
dois anos de desaceleração no volume de serviços transacionados com o
mercado internacional, o Brasil apresentou estabilidade em 2020,
movimentando US$ 8,5 bilhões em negócios, um incremento de 7,7% que
coloca o Brasil na 24ª posição na corrente de comércio mundial.
Em termos de projeções para o Brasil, o
relatório estima para a ISSTIC gastos 8,2% maiores em 2022, chegando à
casa dos US$ 69,7 bilhões, o equivalente a um aumento de 1,3% na
participação no mercado mundial de serviços de TIC. Esse desempenho
estaria relacionado ao mercado de software, impulsionado pelo
crescimento da economia digital como resposta ao novo cenário gerado
pela pandemia, demandando investimentos consideráveis em segurança de
dados e na aceleração da migração para a nuvem [ferramenta virtual de
armazenamento de dados].
“Com esse estudo, oferecemos a instituições
públicas e privadas dados fundamentais para apoio na tomada de decisões e
na implementação de políticas setoriais. Desta forma, será possível
traçar com mais precisão estratégias eficazes para a promoção e o
desenvolvimento da indústria brasileira de software e serviços de TI”,
avalia o presidente da Softex, Ruben Delgado. Post: G. Gomes
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Informações: MCTI