Um
delegado federal morreu durante uma operação policial contra a extração
ilegal de madeira em áreas indígenas do Mato Grosso. Segundo a
assessoria da Polícia Federal (PF), Roberto Moreira da Silva Filho, de
35 anos, foi atingido por um tiro ao abordar um caminhão carregado com
madeira que deixava a Terra Indígena Aripuaña, no noroeste do estado.

Ainda de acordo com a corporação, agentes
que participavam da chamada Operação Onipresente deram ordem para que o
motorista do caminhão parasse, mas ele jogou o veículo na direção dos
policiais a fim de tentar escapar. Os policiais então dispararam contra o
caminhão. A suspeita é que um dos projéteis ricocheteou ao atingir a
lataria e acertou o delegado. O fato, que está sendo apurado, ocorreu
entre o fim da noite desta sexta-feira (26) e a madrugada de hoje dia 27 de Agosto de 2022.
Natural de Brasília, Roberto Moreira da
Silva Filho estava à frente da Delegacia de Repressão a Crimes contra o
Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Superintendência da PF em Mato
Grosso, desde setembro do ano passado. Antes de assumir o cargo,
participou de várias operações ambientais no estado. Ainda segundo a
assessoria, ele foi responsável por inúmeras ações que resultaram em
prisões em flagrante, apreensão de madeira ilegal e destruição de
veículos e equipamentos usados em práticas delituosas.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, se
solidarizou com parentes e amigos do delegado, lamentando sua morte. “É
com imenso pesar que recebi a notícia do falecimento do delegado da
Polícia Federal Roberto Moreira da Silva Filho, baleado durante uma
operação, no Mato Grosso. Meus sentimentos aos familiares e amigos”,
escreveu em sua conta no Twitter, classificando a morte de Silva Filho
como “uma grande perda para a nossa PF”.
A operação
Realizada em conjunto com o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a
Operação Onipresente integra o programa federal Guardiões do Bioma. De
acordo com a PF, as ações deflagradas no norte e noroeste do Mato Grosso
buscam impedir diversos crimes ambientais, principalmente a extração
ilegal de madeira e o desmatamento, e reunir provas para identificar e
punir criminosos.
Há anos, a região é alvo da cobiça de
madeireiros atraídos principalmente pelo ipê.
Em 2018, servidores do
Ibama, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Civil de Mato
Grosso apreenderam 13 caminhões, três pás carregadeiras, quatro tratores
adaptados para a retirada de árvores, dois tratores de esteira, dois
reboques florestais, oito motos, 12 motosserras, uma caminhonete e seis
armas de fogo durante uma única operação conjunta. Vinte e duas pessoas
foram identificadas por envolvimento com ilícitos ambientais e por
tentarem obstruir as vias e impedir a apreensão dos equipamentos – o que
levou os agentes a destruir a maior parte dos bens apreendidos no
próprio local.
Recentemente, a PF estimou que ao menos dez
caminhões deixam a Terra Indígena Aripuaña diariamente, carregados
ilegalmente com toras de madeira de alto valor comercial – o que motivou
a corporação a anunciar, em julho, que intensificaria suas ações.Post: G. Gomes
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Informações; Polícia Federal