O Brasil registrou um aumento de 7,5%
no contingente de pessoas ocupadas no mês de julho deste ano, na
comparação com o mesmo período de 2021. São cerca de 100,2 milhões de
trabalhadores exercendo alguma atividade profissional, com ou sem
registro em carteira. A constatação está em uma nota elaborada pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a partir da série
trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD
Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A nota aponta uma melhora generalizada
na ocupação, abrangendo todas as regiões, todos os segmentos etários e
educacionais e quase todos os setores da economia. A taxa de desocupação
recuou pelo décimo quarto mês consecutivo, chegando a 8,9% em julho. No
período de 12 meses (entre julho de 2021 e julho de 2022), a população
sem nenhum tipo de trabalho recuou 28,7%, passando de 13,6 milhões para
9,7 milhões.
O estudo mostra, ainda, que, no segundo
trimestre de 2022, o aumento da ocupação ocorreu de forma mais intensa
entre os trabalhadores mais jovens (15,1%) e os mais idosos (18,0%).
Segundo o Ipea, os indicadores de
subocupação e desalento confirmam o cenário de recuperação do mercado de
trabalho. No mês de julho, os trabalhadores que se declararam
subocupados, que estão fazendo um trabalho alternativo até encontrar um
definitivo, correspondiam a 6,1% do total da ocupação, resultado 2,2
pontos percentuais inferior ao registrado em julho de 2021. Já a
proporção de desalentados, que são pessoas que gostariam de trabalhar,
mas não procuram emprego por achar que não encontrariam, recuou de 4,4%
para 3,6% no período de um ano.
A melhora do mercado de trabalho ocorre
também de forma qualitativa, tendo em vista que, embora a maior parte
das novas vagas ainda esteja sendo gerada nos segmentos informais da
economia, é clara a trajetória de forte crescimento do emprego formal.
No trimestre encerrado em julho, de
acordo com a PNAD Contínua, o contingente de trabalhadores sem carteira
assinada no setor privado cresceu 19,8%, enquanto o de ocupados com
carteira no mesmo setor avançou 10%.