A etapa nacional dos
Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) foi aberta oficialmente na
segunda-feira (19/09/2022). Em evento no Centro de Convenções de Brasília, as
delegações dos 26 estados e do anfitrião Distrito Federal se
apresentaram para as disputas que vão até o dia 25 de setembro.
Principal competição do desporto universitário do país, o JUBs reúne
cerca de sete mil participantes, entre atletas, árbitros, comissões
técnicas e voluntários.
A edição de 2022 conta com o suporte de
um Termo de Fomento estabelecido entre a Confederação Brasileira do
Desporto Universitário (CBDU), responsável pela organização da
competição, e a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da
Cidadania. O valor total é de R$ 8,7 milhões. São R$ 5,7 milhões a
partir de emendas parlamentares e R$ 3 milhões do orçamento do
Ministério da Cidadania.
Voltada para atletas matriculados no
ensino superior, o evento terá disputas em 28 modalidades, entre
acadêmicas, olímpicas, paralímpicas e de esportes eletrônicos. São mais
de 20 locais de competição. Brasília também sediou a edição de 2021, que
não contou com a presença de público em função da crise sanitária da
Covid-19.
A escolha da cidade foi uma forma de
retribuir os esforços para receber a competição passada, conforme
detalhou Luciano Cabral, presidente da CBDU. “A escolha é uma maneira de
homenagear a cidade, que acreditou ser possível realizar a edição
passada. A gente resolveu devolver os Jogos para que a cidade pudesse
experimentar os JUBs e os atletas conhecerem a própria cidade”, afirmou o
dirigente.
Pluralidade
Com representantes de universidades de
todo o país, o JUBs também traz a marca da diversidade. Cícero Tavares
tem 39 anos e já competiu nos Jogos Mundiais Universitários, sendo
campeão no arremesso de disco paralímpico na edição de 2018.
“Eu não vivo do esporte, mas vivo com o
esporte. É uma motivação para estar sempre estudando. Terminei Direito e
agora ingressei em Administração”, contou o estudante da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, que chega para o quinto JUBs. Ele vai
disputar as provas de arremesso de disco e de peso e lançamento de
dardo.
“Cada vez é diferente e melhor. Estar
nesse ambiente é uma realização pessoal”, prosseguiu Cícero, que é
contemplado com a Bolsa Atleta na categoria nacional. Nas modalidades
olímpicas e paralímpicas, os resultados dos JUBs são elegíveis para
pleitear o incentivo do Ministério da Cidadania. “A Bolsa Atleta ajuda
muito, porque conseguimos recursos para se alimentar melhor, comprar
passagens para competições e material esportivo”, comentou.
Por outro lado, Vanesom Ativa, 19 anos,
fará sua estreia nos Jogos Universitários. Estudante de Direito em uma
universidade privada de Boa Vista, ele chega com a expectativa de
quebrar recordes estaduais e medir seu nível de competitividade com
atletas das outras delegações.
“Além de propor esse momento de
socialização, de conviver com pessoas de outros estados, o JUBs nos dá a
oportunidade de competir com pessoas de nível mais alto em relação ao
que a gente está acostumado no nosso estado. Isso é bom para o nosso
rendimento, para futuras metas e já vir no próximo ano com meta de
pódio, sabendo como está a galera, como funciona tudo”, projetou o
nadador. Ele vai disputar os 50m e 100m borboleta, os 50m livre e os
200m medley.
A estudante de psicologia Maria
Fernanda Silva, 19 anos, é outra estreante. Aluna de uma instituição
privada de Betim (MG) e atleta do taekwondo, ela considera o JUBs uma
oportunidade de desenvolvimento nas duas áreas profissionais. “É um
incentivo para além do esporte, é para o cidadão no geral. Além de o
esporte ser importante na vida de uma pessoa, a universidade também é.
Então, o JUBs é uma junção do atleta e do estudante e acho perfeito para
o desenvolvimento do cidadão”, destacou.
É justamente esse o propósito do JUBs,
de acordo com o presidente da CBDU: ser uma plataforma de
desenvolvimento esportivo e, também, de formação de futuros
profissionais.
Estandes
A maior estrutura do JUBS será montada
no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), com restaurante
principal, sala de coordenação, central de logística para ônibus que
transportam as delegações, centros de convivência e espaços técnicos. Lá
também estão os estandes da Secretaria Nacional de Paradesporto da
Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania e da
Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
No espaço da Secretaria de
Paradesporto, há uma minipista de bocha paralímpica e espaço para
enxadristas cegos. Também estão previstas ações de conscientização e
demonstração de modalidades paralímpicas como futebol de 5, rúgbi em
cadeira de rodas e parabadminton.
Já o espaço da ABCD, denominado Estação
Jogo Limpo, será utilizado para atividades lúdicas e de educação
antidopagem. Haverá explanações sobre como funcionam os procedimentos de
controle de dopagem, jogo de dardos em um alvo com valores do esporte e
divulgação de materiais educativos.