Em
meio aos impactos de uma possível recessão nos Estados Unidos e do
comportamento da inflação no Brasil, o Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central (BC) começa hoje dia 25 de Outubro de 2022 a sétima reunião do ano
para definir a taxa básica de juros, a Selic. Amanhã (26/10/2022), ao fim do
dia, o Copom anunciará a decisão.

Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado,
a Selic deverá ser mantida em 13,75% ao ano pela segunda vez seguida.
Os analistas de mercado esperam que a taxa permaneça nesse nível até
meados de 2023.
Na ata da última reunião, os membros do
Copom indicaram que pretendiam manter a Selic, mas não excluíram a
possibilidade de novos reajustes, caso a inflação persista no médio
prazo. No menor nível da história até março de 2021, quando estava em 2%
ao ano, a Selic foi reajustada sucessivamente até chegar a 13,75% ao
ano em agosto. Em setembro, a taxa foi mantida nesse nível.
Depois de altas nos últimos meses, as expectativas de inflação têm caído. A última edição do boletim Focus
reduziu a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,62% para 5,6% em 2022. Em junho, as
projeções para o IPCA chegaram a 9%.
Embora a gasolina e a energia elétrica
tenham ficado mais baratas nos últimos meses, a guerra entre Rússia e
Ucrânia continua a causar impacto nos preços do diesel, de fertilizantes
e de outras mercadorias importadas. Além disso, a instabilidade na
economia norte-americana, que enfrenta a maior inflação nos últimos 41
anos, tem provocado forte volatilidade na cotação do dólar em todo o
planeta.
Para 2022, a meta de inflação
que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário
Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual
para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior é
5%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será
estourado pelo segundo ano consecutivo.
Aperto monetário
Principal instrumento para o controle da
inflação, a Selic continua em ciclo de alta, depois de passar seis anos
sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu
em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros
básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de
2018.
Em julho de 2019, a Selic voltou a ser
reduzida até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, em 2%
ao ano. Começou a subir novamente em março do ano passado, até chegar a
13,75% ao ano em agosto deste ano.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas
negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência
para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco
Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por
meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos
públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor
definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de
juros, pretende conter a demanda aquecida, causando reflexos nos preços
porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Desse modo, taxas mais altas seguram a atividade econômica. Ao reduzir a
Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a
atividade econômica.
Entretanto, as taxas de juros do crédito não
variam na mesma proporção da Selic, pois a taxa é apenas uma parte do
custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de
definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência,
lucro e despesas administrativas.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No entanto,
por causa do feriado de 2 de novembro, a reunião foi antecipada para a
última semana de outubro. No primeiro dia do encontro, são feitas
apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias
brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo
dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as
possibilidades e definem a Selic.Post: G. Gomes
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Informações: Banco Central do Brasil
Via: ebc