A
Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia
manteve a projeção para o crescimento da economia este ano e reduziu a
estimativa oficial para a inflação. As projeções estão no Boletim Macrofiscal divulgado hoje dia 17 de Novembro de 2022.

A projeção de inflação pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 6,3% para 5,85%. Mas
ainda está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN) em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é
2% e o superior é 5%.
No ano, o IPCA já acumula alta de 4,7% e, em 12 meses, o índice total está em 6,47%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir
aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 6%, segundo a
previsão da SPE, queda de 0,54 ponto percentual em relação ao boletim
anterior. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade
Interna (IGP-DI), que inclui também o setor atacadista e o custo da
construção civil, além do consumidor final, é de 6,11%, abaixo da
estimativa anterior de 9,44% e inferior à taxa registrada em 2021, de
17,74%.
PIB
A estimativa para o aumento do Produto
Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país)
ficou em 2,7%, mesmo número divulgado no boletim anterior, em setembro.
Segundo a SPE, o desempenho do emprego, do setor de serviços e da taxa
de investimento justificaram a manutenção.
“Conforme salientado nos boletins
anteriores, já era esperada desaceleração da atividade econômica no
segundo semestre deste ano, resultado dos efeitos defasados do ciclo de
ajuste da política monetária [aumento de juros pelo Banco Central]. No
entanto, projeta-se que os impactos advindos da elevação da taxa de
juros se reduzam ao longo do próximo ano”, informou a SPE.
Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6%,
totalizando R$ 8,7 trilhões. Apesar de manter a estimativa para 2022, a
SPE reduziu a previsão de crescimento em 2023 de 2,5% para 2,1%. Segundo
o órgão, o cenário externo mais adverso, com a alta dos juros da
economia norte-americana e a guerra na Ucrânia, afeta a expansão
econômica no resto do mundo. A projeção para 2024 foi mantida em 2,5%.
De acordo com o Ministério da Economia, houve expansão no mercado de trabalho, com a taxa de desocupação caindo para 8,7% no terceiro trimestre,
conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD
Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, os indicadores do setor de serviços tiveram expansão
anualizada de 3,2% de julho a setembro.
Perspectivas
Apesar de reconhecer a desaceleração da
economia no terceiro trimestre, a SPE espera que a recuperação econômica
se mantenha no quarto trimestre, puxada pelos serviços e pela
estabilidade na agropecuária. Segundo o órgão, os efeitos do aumento da
taxa Selic (juros básicos da economia) pelo Banco Central são os
principais responsáveis pela queda no ritmo de crescimento.
“Após a forte recuperação até o 2T22
[segundo trimestre], a atividade econômica desacelerou ao longo do
terceiro trimestre de 2022, decorrente sobretudo do desempenho da
indústria e do comércio. Dados mensais dos indicadores antecedentes e
coincidentes sinalizam a continuidade da recuperação da economia no
quarto trimestre, embora em ritmo menos intenso, devido, em grande
medida, aos efeitos defasados da política monetária, conforme sinalizado
nos boletins anteriores”, destaca o boletim.Post: G. Gomes
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Informações: Ministério da economia