Continua até agora o
bom desempenho da safra de milho e as exportações de petróleo fizeram a
balança comercial iniciar 2023 com o maior superávit para meses de Janeiro em 17 anos. No mês passado, o país exportou US$ 2,716 bilhões a
mais do que importou. Em janeiro do ano passado, a balança tinha
registrado déficit de US$ 58,7 milhões. Este é o melhor resultado para o
mês desde 2006, reflexos da boa gestão Econômica do governo Bolsonaro.
No mês passado, o Brasil vendeu US$ 23,137 bilhões para o exterior e
comprou US$ 20,420 bilhões. As exportações subiram 11,7% em relação a
janeiro do ano passado, pelo critério da média diária, e bateram recorde
para o mês desde o início da série histórica, em 1989. As importações
caíram 1,7% pelo critério da média diária, mas subiram 2,3% no valor
absoluto, por causa do maior número de dias úteis em janeiro deste ano, e
também bateram recorde.
No caso das exportações, o recorde deve-se mais ao aumento do volume
comercializado do que aos preços internacionais das mercadorias. No mês
passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média 9,5% na
comparação com janeiro do ano passado, enquanto os preços médios
aumentaram 5,6%.
A valorização dos preços das mercadorias vendidas para o exterior
poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cuja cotação
caiu 7,2% na mesma comparação, e por produtos industrializados de ferro,
como ferro-gusa, ferro-esponja e ligas de ferro, cujo preço recuou
11,8%, ainda sob reflexo da desaceleração da economia chinesa.
Nas importações, a quantidade comprada caiu 1,6%, refletindo a
desaceleração da economia, mas os preços médios aumentaram 5%. A alta
dos preços foi puxada principalmente por petróleo e medicamentos, itens
que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Os preços dos fertilizantes químicos, que subiram fortemente no ano
passado, caíram 7,1% entre janeiro de 2022 e de 2023.
Setores
No setor agropecuário, a valorização das
commodities (bens primários com cotação internacional) pesou mais nas
exportações. O preço médio avançou 12,4% em janeiro na comparação com o
mesmo mês de 2022, enquanto o volume de mercadorias embarcadas subiu
2,2%. Na indústria de transformação, o volume exportado subiu 5,1%, com o
preço médio aumentando 6,9%.
Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de
petróleo, a quantidade exportada subiu 31,8%, mas os preços médios
recuaram 3,1% em relação a janeiro do ano passado.
O petróleo bruto voltou a puxar o aumento das exportações, com o volume
exportado subindo 49,8% e os preços caindo 2,8%. Isso ocorreu por causa
da retomada da produção da Petrobras. Após um ano de altas contínuas, os
preços do petróleo começam a desacelerar porque os efeitos da guerra na
Ucrânia e da recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia
de covid-19 já foram incorporados às cotações.
Na comparação entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano, os
produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram milho
não moído, exceto milho doce (+163%) e sementes oleaginosas de girassol,
gergelim, canola, algodão e outras (+732,3%). O destaque negativo foram
soja (-61,1%) e algodão bruto (-41,5%).
Na indústria extrativa, os maiores crescimentos foram registrados nas
exportações de outros minerais em bruto (+151,1%), minérios de cobre e
seus concentrados (+129,5%) e óleos brutos de petróleo (+45,6%). Na
indústria de transformação, as maiores altas ocorreram nas aeronaves,
incluindo componentes (+364,4%), açúcares e melaços (+67,5%) e carnes de
aves (+35,8%).
Quanto às importações, as maiores quedas foram registradas no milho não
moído, exceto milho doce (-20,8%), soja (-34,8%) e látex (-31,4%) na
agropecuária; minérios de níquel e seus concentrados (-55,7%), carvão
(-34,5%) e gás natural, na indústria extrativa; e combustíveis (-12,4%),
equipamentos de telecomunicações (-15,7%) e válvulas e tubos
termiônicos (-12,3%), na Indústria de transformação.
Estimativa
Diferentemente do habitual, a Secretaria de Comércio Exterior não
divulgou uma estimativa para o saldo da balança comercial neste ano.
Tradicionalmente, as projeções são divulgadas no primeiro mês de cada
trimestre. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada
toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 57,6 bilhões
neste ano.Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: Banco Central do Brasil
Via: ebc