A fidelidade recompensa. Com esse mote, muitas marcas abrem mão de parte dos ganhos em troca da manutenção do cliente. Esse é o slogan do cashback, mecanismo que restitui ao consumidor parte do dinheiro gasto.

Criado em 1986 pela operadora de cartões de
crédito Discover, nos Estados Unidos, o instrumento pode ser traduzido
em português para “dinheiro de volta”, expressão que descreve
literalmente o que ocorre. O consumidor de determinada marca ou serviço
acumula pontuações ou valores em reais ou em moedas digitais que se
traduzem em benefícios futuros.
Em alguns casos, o processo de acumulação ganha uma roupagem de videogame,
com os consumidores desbloqueando níveis e conquistas. O resgate pode
ser feito em dinheiro vivo, por descontos em compras futuras ou pela
compra de produtos em lojas virtuais com a pontuação ou os recursos
acumulados. Tudo depende do serviço.
O mecanismo representa uma evolução em
relação aos programas de fidelidade tradicionais, que ofereciam resgate
de produtos, serviços ou vales-presentes. No Brasil, a modalidade é mais
comum em operadoras de cartão de crédito, mas nos últimos
anos espalhou-se para lojas online, fintechs e carteiras digitais.
Processo
Para aderir ao cashback, o consumidor precisa cadastrar-se no site
da marca ou do serviço. Algumas empresas também pedem que os clientes
baixem aplicativos para consultar o saldo de pontos acumulados e fazer
os resgates.
Não existe padronização para a cobrança de taxas. Embora algumas empresas cobrem taxas anuais ou mensais, diversas oferecem o cashback
sem tarifas, para recompensar a fidelidade em relação à marca. Na
verdade, esse processo não é gratuito, porque exige que o cliente gaste
antes de receber parte do dinheiro de volta.
Utilização
Normalmente, o mecanismo devolve aos
clientes de 1% a 5% do valor das compras ou das demais transações, mas
não existem regras. O percentual pode subir em épocas específicas, como a
Black Friday. Em outros casos, quem parcela a fatura em mais
vezes recebe percentuais mais altos, de 10% a 16%. Tudo depende da marca
e do tipo de contrato.
A utilização dos recursos devolvidos varia
bastante. A maioria das empresas oferece dinheiro que só pode ser usado
para obter descontos em compras futuras, pagar contas ou comprar em sites
específicos ou em lojas físicas associadas ao serviço. Instituições
financeiras podem condicionar o serviço à realização de investimentos
dentro do próprio grupo. Nos últimos tempos, no entanto, o cashback tem ganhado outras vertentes.
No cashback social, os valores são
revertidos para instituições carentes. Normalmente, o consumidor escolhe
se quer usar a pontuação e os valores acumulados em benefício próprio
ou destinar a projetos sociais.
Ressarcimento
Também existe o cashback livre, que
permite o resgate dos benefícios em forma de dinheiro. Antigamente, as
empresas ofereciam um cartão de débito com os valores das moedas
digitais ou das pontuações convertidos em reais, para o cliente gastar
como bem entender. Algumas operadoras de cartões creditavam o dinheiro
na conta do cliente em até dois dias úteis.
Com a consolidação do Pix, o processo foi
acelerado. Quem preferir usar o sistema de transferências instantâneas
faz o resgate no aplicativo da empresa e transfere o dinheiro na hora
para qualquer conta corrente. Nesse caso, no entanto, o consumidor
precisa ficar atento, pois terá de criar uma chave Pix no aplicativo do cashback
e, após converter o saldo em reais, declarar o valor dos resgates no
Imposto de Renda. O próprio aplicativo fornecerá o demonstrativo para
orientar o contribuinte a preencher a declaração ao Fisco.
A principal recomendação para quem adere ao mecanismo é ler o contrato, disponível no site
de cadastro ou no aplicativo associado ao serviço. O documento detalha
as fórmulas de acúmulo de pontuações e de valores e explica como o
resgate é feito, informando eventuais condições e barreiras para a
devolução dos recursos gastos anteriormente pelo consumidor.Post: G. Gomes
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Dicas: A. Brasil