O
Produto Interno Bruto (PIB - soma dos bens e serviços produzidos no
país) caiu 0,2% no quarto trimestre de 2022, mas encerrou o ano com
crescimento de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões. Já o PIB per capita alcançou R$ 46.155 no ano passado, um avanço, em termos reais, de 2,2% em relação ao ano anterior.

Os dados são do Sistema de Contas Nacionais
Trimestrais, divulgado hoje dia 2 de Março de 2023, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O crescimento do PIB em 2022 foi puxado
pelas altas nos serviços (4,2%) e na indústria (1,6%), que juntos
representam cerca de 90% do indicador. Por outro lado, a agropecuária
recuou 1,7% em 2022.
“Desses 2,9% de crescimento em 2022, os
serviços foram responsáveis por 2,4 pontos percentuais. Além de ser o
setor de maior peso, foi o que mais cresceu, o que demonstra como foi
alta a sua contribuição na economia no ano”, disse, em nota, a
coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
“As duas atividades que mais chamam atenção
estão entre as que mais cresceram em 2021, após as quedas de 2020:
transportes e outros serviços, que inclui categorias de serviços
pessoais e serviços profissionais. Foi uma continuação da retomada da
demanda pelos serviços após a pandemia de covid-19. Em outros serviços,
podemos destacar setores ligados ao turismo, como serviços de
alimentação, serviços de alojamento e aluguel de carros”, acrescentou
Rebeca.
Segundo o IBGE, na indústria, o maior
destaque foi a atividade eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de
gestão de resíduos (10,1%), que teve bandeiras tarifárias mais
favoráveis em 2022.
“O crescimento dessa atividade está muito
relacionado à recuperação em relação à crise hídrica de 2021. Além do
crescimento da economia, houve o desligamento das térmicas, diminuindo
os custos de produção, o que contribui para o aumento do valor
adicionado da atividade. Ademais, a atividade de construção, com alta de
6,9%, corroborada pelo aumento na sua ocupação, foi influenciada pelo
ano eleitoral, que sempre apresenta uma maior quantidade de obras
públicas”, analisou a coordenadora.
Já as indústrias de transformação tiveram
variação negativa de 0,3%, principalmente pela queda na fabricação de
produtos de metal; móveis; produtos de madeira e de borracha e plástico,
enquanto as indústrias extrativas caíram 1,7%.
“O resultado das indústrias extrativas no ano foi puxado pela queda na extração de minério de ferro, relacionada ao lockdown ocorrido
na China, nosso maior comprador, enquanto as indústrias de
transformação foram impactadas negativamente devido a fatores como juros
altos e custos de matéria-prima elevados”, avaliou Rebeca.
Produção de soja
O setor de agropecuária teve queda de 1,7%
no ano, decorrente do decréscimo de produção e perda de produtividade da
atividade agricultura, que suplantou a contribuição positiva das
atividades de pecuária e pesca.
“A soja, principal produto da lavoura
brasileira, com estimativa de queda de produção de 11,4%, foi quem mais
puxou o resultado da agropecuária para baixo no ano, sendo impactada por
efeitos climáticos adversos”, explicou a pesquisadora.
Na análise da despesa, houve alta de 0,9% da
Formação Bruta de Capital Fixo, que são os investimentos, segundo ano
consecutivo de crescimento. A despesa de consumo das famílias avançou
4,3% em relação ao ano anterior e a despesa do consumo do governo, por
sua vez, cresceu 1,5%.
No setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 5,5%, enquanto as importações de bens e serviços subiram 0,8%.Post: G. Gomes
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Informações: IBGE