Em
reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira dia 3 de Março de 2023, representantes de entidades sindicais pediram para também serem
ouvidos no processo de elaboração da política econômica do país. Os
sindicalistas ofereceram ao ministro uma série de projetos ligados à
geração de emprego, sistema tributário e crescimento econômico.

“O movimento sindical e o movimento popular
têm uma produção muito grande de projetos que podem ajudar o país a
retomar o crescimento vigoroso, com geração de emprego de qualidade.
Temos uma produção grande sobre o sistema tributário, e a reforma
tributária é uma prioridade do governo. Não pode ouvir só a Faria Lima
[avenida em São Paulo conhecida por ser sede de grandes empresas,
principalmente do ramo financeiro], tem que ouvir também os
trabalhadores, deixamos isso muito claro a ele”, disse o presidente da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sergio Nobre.
De acordo Nobre, os sindicalistas
reivindicaram ao ministro maior participação nos conselhos de elaboração
da política econômica do governo. “Nós queremos participar de fóruns,
inclusive o Carf [Conselho Administrativo de Recursos Fiscais]. O Carf
não pode ter só representantes dos empresários para decidir sobre a
questão de tributações. Nós, os trabalhadores, também queremos fazer
parte desse conselho”, destacou Nobre.
O presidente da CUT disse que os sindicatos
manifestaram ao ministro o descontentamento em relação à elevada taxa de
juros, hoje em 13,75% ao ano. Eles adiantaram a Haddad que farão
manifestações no dia 21 de março, quando o Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central se reúne para definir a taxa básicas de juros.
“Não tem justificativa para os juros estarem
nesse patamar. Nós vamos fazer manifestações pela queda dos juros, na
porta dos prédios do Banco Central, no Brasil inteiro, no próximo dia
21. É importante que o Copom ouça o clamor das ruas e da classe
trabalhadora, que precisa de emprego”, disse.
Em relação ao salário mínimo, Nobre disse
que o valor para este ano já foi definido pelo presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, em R$ 1.320, mas o movimento sindical
reivindica um valor maior ao que foi anunciado, e pleiteia a construção
de uma política de valorização do salário mínimo para os próximos anos.
“Nós fizemos um cálculo. Se a política de
valorização [do salário mínimo] não tivesse sido interrompida, hoje ele
estaria no patamar de R$ 1.382. Então, a gente vai reivindicar que essa
diferença seja considerada”, disse.
O presidente da Central dos Sindicatos
Brasileiros (CSB), Antonio Neto, disse que os sindicatos também
conversaram com o ministro sobre a correção da tabela do imposto de
renda para pessoas físicas, e a tributação da Participação de Lucros e
Resultados (PLR), recebida pelos trabalhadores.
“O patrão não paga sobre lucro, dividendo,
mas o trabalhador paga na participação dos lucros e resultados [PLR].
Causou espécie ao ministro. Por isso que precisamos, cada vez mais, ter
espaço para que o movimento social, sindical, possam discutir com o
governo, especialmente na área da Fazenda, para participar da reforma
tributária, porque somos nós que pagamos imposto no Brasil”, disse.
A reunião ocorreu no edifício do Banco do
Brasil, na Avenida Paulista. Além dos representantes dos sindicatos,
também estavam previstas membros de movimentos sociais como o dos
Trabalhadores Sem Terra (MST - Invasores de terras), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST - Invasores) e a Central de Movimentos
Populares (CMP).Post: G, Gomes
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Informações: Ministério da Fazenda