O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal em
Curitiba, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o depoimento do
advogado Tacla Duran, réu pelo crime de lavagem de dinheiro em um dos
processos da Operação Lava Jato.
Ontem dia 27 de Março de 2023, durante depoimento prestado ao
magistrado, Tacla Duran voltou a levantar suspeitas sobre as atuações do
ex-procurador da República e agora deputado Deltan Dallagnol e
do ex-juiz e atual senador Sergio Moro na condução do processo no qual é
acusado de operar contas no exterior criadas pela extinta Odebrecht
para pagamento de propina.
No depoimento, o primeiro prestado desde o
início das investigações da Lava Jato, Tacla Duran disse que foi alvo de
perseguição por não aceitar ser extorquido. “O que estava acontecendo
não era normal, era um bullying processual”, afirmou.
Duran disse que foi procurado por uma pessoa
que atuou como cabo eleitoral da campanha de Moro e pior um advogado
ligado à esposa dele, Rosangela Moro. Este último teria oferecido um
acordo de delação premiada durante as investigações.
A partir das menções, o juiz Eduardo Appio
decidiu enviar o caso ao STF, tribunal responsável pela análise de
questões envolvendo parlamentares com foro privilegiado.
“Diante da notícia crime de extorsão, em
tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de
foro, ou seja, deputado Deltan Dallagnol e o senador Sérgio Moro, bem
como as pessoas do advogado Zocolotto e do dito cabo eleitoral Fabio
Aguayo, encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento,
sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na
pessoa do excelentíssimo senhor ministro Ricardo Lewandowski, juiz
natural do feito, porque prevento, já tendo despachado nos presentes
autos”, decidiu.
Por determinação do magistrado, Tacla Duran
foi incluído no programa de proteção à testemunha. O advogado mora na
Espanha e prestou depoimento por videoconferência.
Outro lado
Pelas redes sociais, Deltan Dallagnol
afirmou que as declarações de Tacla Duran são falsas e foram
“requentadas pela terceira vez”.
“Tacla Duran mentiu para Interpol que não
haveria prisão contra ele e forjou trocas de mensagens via e-mail para
evitar que autoridades bloqueassem seu dinheiro em Singapura. A história
da caronchinha de hoje é requentada: MPF e PGR já investigaram e
arquivaram 2 vezes”, afirmou.
O senador Sérgio Moro disse que não teme qualquer investigação e lembrou que Rodrigo Tacla Duran foi preso pela Lava Jato.
“Desde 2017 faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou”, rebateu. Post: G. Gomes
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Informações: STJ
Via: ebc