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Polícia Federal (PF) cumpriu nesta terça-feira dia 18 de Julho de 2023,) 16 Mandados de Prisão Preventiva, em Guarulhos e São Paulo, dos executores e mandantes
de três casos de tráfico internacional de drogas que resultaram no envio
de 120 quilos de cocaína para a Europa, por meio do Aeroporto
Internacional de Guarulhos. Duas pessoas estão foragidas, sendo um
mandante e um executor, cujos mandados são de prisão temporária,
completando 18 mandados.

Um dos casos aconteceu em março deste ano,
quando duas brasileiras ficaram 38 dias presas injustamente em uma
cadeia em Frankfurt, na Alemanha, depois de a polícia alemã encontrar
cocaína em malas que tinham os nomes das brasileiras. As investigações
mostraram que as malas não eram delas e que as etiquetas de
identificação foram retiradas de suas bagagens e colocadas em outras que
continham a droga.
A PF comprovou essa troca de etiquetas e
demonstrou a inocência das brasileiras, que, após o envio das provas às
autoridades alemãs, foram soltas e retornaram ao Brasil. Os
responsáveis, que atuavam no aeroporto, foram identificados e presos.
Segundo a PF, as investigações mostraram que
a organização criminosa também enviaram o entorpecente para Portugal,
em outubro de 2022, e para a França, em março deste ano. Entretanto, a
PF acredita que houve inúmeros casos semelhantes, porque o grupo já
atuava no terminal havia, pelo menos, dois anos.
“Na primeira fase em abril conseguimos
identificar pelas provas os outros dois eventos e os mandantes e os
executores. Acredito que nos próximos dias consigamos prender os dois
que estão foragidos e, a partir das provas que coletamos hoje,
identificar mais envolvidos”, disse o delegado da PF Felipe Faé Lavareda
de Souza.
De acordo com Lavareda, os executores são
funcionários do aeroporto. Os mandantes não atuavam no terminal, apesar
de já terem trabalhado no local. A função deles era fazer o planejamento
e organização da ação e intermediar a droga. O grupo agia formando um
grupo de quem estaria trabalhando no terminal no dia do voo para o
destino de interesse. “Aí eles simulam um check-in de bagagem
no terminal nacional, a droga é enviada até a área restrita no aeroporto
e lá dentro alguém pega essa droga e desvia para o setor internacional,
onde a bagagem é embarcada para a Europa normalmente”, explicou.
Segundo o delegado, no destino, a operação
se repetia e, assim que todos os passageiros terminavam de retirar suas
malas da esteira, os membros do grupo no local pegavam as bagagens que
sobraram com a droga, retiravam antes, ou deixam ir para o setor de
perdidos. “O grupo que atua no aeroporto do destino está sendo
investigado. Estamos em constante conversa, sempre trocando informações
com as autoridades europeias para descobrirmos quem está financiando
tudo isso”, disse.
Para a PF, é possível que haja relação do
grupo com uma facção criminosa de São Paulo. Além dos mandados de
prisão, a PF cumpriu, na segunda fase da Operação Colateral, 27 mandados
de busca e apreensão. Na primeira fase, foram oito buscas e sete
presos.
Medidas
Como parte das medidas para prevenir esse
tipo de crime, foi proibido o uso de celular nas áreas internas, o que
já teria ajudado a diminuir o número de casos. Segundo Cristiano Pádua
da Silva, delegado da Regional de Polícia Judiciária da PF, a polícia
não tem responsabilidade de atuar para implementar tais medidas, sendo
das companhias áreas e da concessionária do aeroporto a responsabilidade
de estabelecer as diretrizes para isso.
“O que podemos fazer é orientar para que
seja feita uma seleção rigorosa dos trabalhadores que serão contratados
para esse serviço. Sabemos também que estão sendo implantadas,
gradualmente, câmeras de corpo para os funcionários que atuam nessas
funções, principalmente nas áreas restritas”, disse Pádua.Post: G. Gomes
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Informações: Polícia Federal