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27 julho, 2023

Com a Economia em declínio juros médios dos bancos caem para 44,6% ao ano.


 Pela primeira vez no ano, a taxa média de juros das concessões de crédito livre teve queda e passou de 45,4% para 44,6% ao ano em junho, redução de 0,8 ponto percentual (pp) no mês. Em 12 meses, entretanto, a alta nos juros médios é de 5,6 pontos percentuais, segundo a publicação Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgada nesta quinta-feira dia 27 de Julho de 2023, em Brasília, pelo Banco Central (BC). 

Nas novas contratações para empresas, a taxa média do crédito ficou em 23,1% ao ano, queda de 0,7 pp no mês e com alta de 0,5 pp em 12 meses. Nas contratações com as famílias, a taxa média de juros atingiu 59,1% ao ano, redução de 0,8 pp no mês e alta de 7,6 pp em 12 meses. 

No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado - que tem regras definidas pelo governo - é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito. 

No caso do crédito direcionado, a taxa para pessoas físicas ficou em 12% ao ano em junho, com variação negativa de 0,1 pp em relação ao mês anterior e alta de 1,6 pp em 12 meses. Para empresas, a taxa caiu 1,4 pp no mês e teve variação para cima de 0,1 pp em 12 meses, indo para 11,9% ao ano. Assim, a taxa média no crédito direcionado ficou em 12% ao ano, redução de 0,4 pp no mês e alta de 1,3 pp em 12 meses.
 
Juros
O comportamento dos juros bancários médios ocorre em um momento em que a expectativa do mercado financeiro é de redução da taxa básica de juros da economia, a Selic. Ela está em seu maior nível desde janeiro de 2017 - em 13,75% ao ano -, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). 

Em março de 2021, o BC iniciou um ciclo de aperto monetário, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Na semana que vem, dias 1º e 2 de agosto, o Copom realiza a quinta reunião do ano para definir a Selic e o mercado espera uma redução de, pelo menos, 0,25 pp. Até o fim do ano a previsão é que a Selic caia para 12%.  
 
Com isso, a taxa de captação dos bancos (o quanto é pago pelo crédito) vem recuando. Desde abril, ela está em queda e ficou em 11,5% em junho. 

A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação. Em junho, houve deflação no país, ou seja, um recuo nos preços na comparação com maio.
O IPCA - a inflação oficial do país - ficou negativo em 0,08%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o quarto mês seguido em que a inflação perdeu força. Em maio, o IPCA foi de 0,23%. 

No ano, o índice soma 2,87% e, nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e seguindo a tendência de queda apresentada desde junho de 2022, quando o índice estava em 11,89%. 

Com a inflação em baixa, a decisão de manutenção da Selic é alvo de críticas do governo federal, já que os efeitos do aperto monetário são sentidos no encarecimento do crédito e na desaceleração da economia. 

A ata da última reunião do Copom, em junho, informa que a “avaliação predominante” manifestada pelos integrantes do colegiado foi de uma expectativa de maior confiança para uma queda da taxa de juros a partir de agosto. 

A elevação da taxa básica ajuda a controlar a inflação porque causa de reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida. 

Cartão de crédito 
Para pessoas físicas, as taxas do cartão de crédito tiveram redução de 1,8 pp no mês, mas com alta de 25,5 pp em 12 meses, alcançando 104,2% ao ano. 

No crédito rotativo - tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias - houve queda de 16,7 pontos percentuais de maio para junho e aumento de 66,9 pp em 12 meses, indo para 437,3% ao ano. Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso do cartão parcelado, os juros subiram 1,9 pp no mês e registraram alta de 22,9 pp em 12 meses, indo para 196,1% ao ano. 
Já no cheque especial houve alta de 2,9 pp no mês e de 4,4 pp em 12 meses, chegando a 133,6% ao ano. 

A taxa do crédito consignado teve aumento de 0,1 pp no mês e de 1,2 pp em 12 meses (25,9% ao ano). Já no caso do crédito pessoal não consignado, os juros caíram 0,3 pp no mês de junho e apresentaram crescimento de 3,8 pp em 12 meses (91,2% ao ano). 

Novas contratações 
A manutenção dos juros em alta - resultado do aperto monetário - e a própria desaceleração da economia levaram também a uma desaceleração do crédito bancário, em especial, para as famílias. No mês passado, as concessões de crédito caíram 2,1% para as pessoas físicas e tiveram incremento de 9,1% para empresas. 

Em junho, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em R$ 5,401 trilhões, com uma variação positiva de 0,1% em relação a maio. O resultado refletiu a alta de 1% no saldo das operações de crédito pactuadas com pessoas jurídicas (R$ 2,112 trilhões) e a redução de 0,4% no de pessoas físicas (R$ 3,289 trilhões). 

Na comparação interanual, o crédito total cresceu 8,9% em junho, evidenciando desaceleração ante os 10,6% em doze meses observado em maio. Na mesma base de comparação, o saldo com as empresas desacelerou para 3,5%, ante 4,5% em maio, assim como o volume de crédito às famílias passou de um crescimento de 14,6% em maio 12,8% no mês passado. 

O crédito ampliado ao setor não financeiro, que é o crédito disponível para empresas, famílias e governos independentemente da fonte (bancário, mercado de título ou dívida externa) alcançou R$ 15,229 trilhões, crescendo 0,8% no mês, por conta principalmente da alta de 3,4% nos títulos públicos de dívida. 

Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 7,7%, prevalecendo as elevações na carteira de empréstimos, 9%, e nos títulos de dívida, 9,8%. 

Endividamento 
De acordo com o Banco Central, a inadimplência - considerados atrasos acima de 90 dias - tem se mantido estável há bastante tempo, com pequenas oscilações e registrou 3,6% em junho. Nas operações para pessoas físicas, ela está em 4,2% e para pessoas jurídicas em 2,5%. 

O endividamento das famílias - relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses - ficou em 48,8% em maio, alta de 0,2% no mês e com recuo de 1% em 12 meses. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, o endividamento ficou em 31% no quinto mês do ano. 

Já o comprometimento da renda - relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período - ficou em 28,1% em maio, estável na passagem do mês e com alta de 1,9% em 12 meses. 

Esses dois últimos indicadores são apresentados com uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o BC usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Post: G. Gomes
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Informações:Banco Central

26 julho, 2023

Operação conjunta das Policias Civil e PRF resultou na apreensão de uma tonelada de drogas.

 
OPERAÇÃO CONJUNTA ENTRE PRF E PCRO RESULTA NA APREENSÃO DE 1 TONELADA DE DROGAS NO CONE SUL DO ESTADO.

No final da tarde e início da noite do dia 26 de Julho de 2023, a Polícia Rodoviária Federal interceptou duas cargas de droga, uma em Jataí-GO e outra em Vilhena-RO, resultando na apreensão de mais de uma tonelada de substância entorpecente (MACONHA E COCAÍNA). 

As abordagens foram orientadas por trabalho de inteligência policial, após serem repassadas informações à PRF pelo Núcleo de Inteligência da Delegacia Regional de Ariquemes. 

As investigações começaram após o recebimento de informações de que um morador de Ariquemes estava comprando bombas d’água de poço artesiano na cidade e as remetendo ao Nordeste, o que não faz o mínimo sentido em razão dos custos envolvidos nesta operação.

Com os trabalhos de campo os policiais identificaram os transportadores e foi feito contato com a PRF, resultando na abordagem dos dois caminhões e na apreensão da grande quantidade de entorpecente.

Uma das cargas, interceptada em Vilhena-RO, tinha como destino o Estado do Paraná e a outra, interceptada em Jataí-GO, iria para o Estado de Pernambuco.

Ainda durante a madrugada foi feita representação ao Plantão Judicial da Comarca de Ariquemes, sendo deferidos dois mandados de prisão e dois de busca e apreensão, que foram cumpridos na cidade de Ariquemes.

O nome da operação é uma referência ao fato de que os investigados procuravam iludir as autoridades despachando a droga como se fosse uma mercadoria lícita (bombas d’água).


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Post: G. Gomes
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Informações: PC-RO

Governo Federal reprime extração ilegal de madeira em Unidade de Conservação.

 
Realizada pela Polícia Federal e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) entre os dias 17/7 e 22/7/2023, a Operação Bertholletia teve como objetivo reprimir o desmatamento ilegal, a extração irregular de madeira e a invasão de terras públicas no interior da Reserva Extrativista Arapixi (Resex Arapixi), no Amazonas.
 
Os órgãos empregaram avançadas geotecnologias de sensoriamento remoto e utilizaram imagens de satélite de alta resolução espacial e temporal. Tais ferramentas possibilitam a atuação precisa e eficaz das instituições federais na identificação de pontos de ocorrência de crimes ambientais, proporcionando melhor atuação na retirada de invasores e desestruturação da infraestrutura empregada para cometimento de crimes.

RESERVA – A Reserva Extrativista Arapixi foi criada a partir de solicitação das comunidades residentes na região, que se viam ameaçadas na segurança da posse de suas terras. A unidade foi criada no município de Boca do Acre (AM), por Decreto Presidencial de 21 de junho de 2006. Possui aproximadamente 134 mil hectares e tem papel fundamental na preservação do meio ambiente e no desenvolvimento sustentável da região amazônica.

OPERAÇÃO BORDA DE PROTEÇÃO III – A Polícia Federal, em ação conjunta com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), deflagrou a Operação Borda de Proteção III, entre os dias 19/7 e 21/7, com atuações na Terra Indígena Karipuna e no Parque Nacional do Mapinguari, em Rondônia, com o objetivo de reprimir crimes ambientais. Em Karipuna, foram encontrados e inutilizados dois acampamentos que funcionavam como base para o desmatamento da área protegida.
 Já no Parque Nacional do Mapinguari, local em que ocorria extração ilegal de ouro, foi verificada uma grande área de devastação ambiental, em que a mineração era praticada sem autorização dos órgãos responsáveis. Na ocasião, foram inutilizados oito acampamentos, nove motores de dragagem, quatro geradores de energia elétrica e uma embarcação com motor de dragagem acoplado.

Post: G. Gomes
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Informações:  ICMBIo

Desindustrialização em curso: Vendas da indústria de máquinas têm queda de 10,3% em junho!

 
As vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos em junho somaram R$ 24,8 bilhões, uma queda de 10,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em comparação com maio, no entanto, houve elevação, de 0,5%. No acumulado do ano, de janeiro a junho, as vendas totalizaram R$ 142,3 bilhões, 8,9% abaixo do registrado no mesmo período de 2022. 
 
Os dados, divulgados nesta quarta-feira dia 26 de Julho de 2023, são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).   

O setor vendeu ao exterior, no mês de junho, US$ 1,04 bilhão em equipamentos, montante 1% superior ao registrado no mesmo mês de 2022. Em relação a maio, as exportações foram 21,3% menores. No acumulado do ano, de janeiro a junho, as vendas ao exterior somaram US$ 6,67 bilhões, 18,9% acima do registrado no mesmo período do ano passado.  

Em 2023, de janeiro a junho, houve aumento das exportações de máquinas e equipamentos em praticamente todas as regiões do globo. A maior parte das exportações [do Brasil] foi direcionada para a América do Sul, que absorveu 34,7% do total de máquinas e equipamentos exportado pelo país”, destacou a entidade, em nota. 

As importações totalizaram US$ 2,23 bilhões em junho, 12,8% inferior ao registrado em maio, e 19,4% superior em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano (janeiro a junho), as compras do exterior chegaram a US$ 13,3 bilhões, 14% acima do registrado no mesmo período de 2022.  


Post: G. Gomes
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Informações:  Abimaq

Contas externas brasileiras têm saldo negativo de US$ 843 milhões em Junho de 2023. Saldo Negativo.

 
As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 843 milhões em junho, informou nesta quarta-feira dia 26 de Julho de 2023, em Brasília, o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2022, houve superávit de US$ 266 milhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A diferença na comparação interanual é resultado do déficit em renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas) que aumentou US$ 2,8 bilhões no mês devido, em parte, a uma concentração maior de pagamento de juros ao exterior nas operações intercompanhias (da filial/matriz no Brasil para a matriz/filial no exterior) e nos empréstimos externos tradicionais, quando empresas não estão relacionadas.
Também houve diminuição do superávit da renda secundária em US$ 276 milhões, que são as transferências sem contrapartidas.

O déficit foi compensado parcialmente por um aumento de US$ 1,3 bilhão no superávit comercial de bens e um recuo de US$ 700 milhões no déficit em serviços.

Em 12 meses - encerrados em junho - o déficit em transações correntes é de US$ 49,967 bilhões, 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 48,858 bilhões (2,47% do PIB) em maio de 2023 e déficit de US$ 52,621 bilhões (2,94% do PIB) no período equivalente terminado em junho de 2022.

Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 13,803 bilhões, contra saldo negativo de US$ 20,833 bilhões no primeiro semestre de 2022. É o menor déficit para período desde 2017, quando chegou a US$ 7,8 bilhões.

Segundo o chefe do Departamento de Estatística do BC, Fernando Rocha, embora o resultado negativo tenha aumentado na comparação interanual de junho, houve redução nesse déficit no semestre.
“Permanece uma tendência de déficits baixos em conta corrente que pode ser traduzida para uma situação externa do país confortável”, disse, em coletiva virtual de imprensa para apresentar os resultados.
 
Balança comercial e serviços
O superávit da balança comercial foi o maior da série histórica, para os meses de junho - iniciada em janeiro de 1995. As exportações de bens totalizaram US$ 30,247 bilhões em junho, redução de 8,7% em relação a igual mês de 2022. As importações somaram US$ 21,645 bilhões, queda de 16,1% na comparação com junho do ano passado.

A queda no valor das exportações foi influenciada pela redução dos preços internacionais, enquanto as importações se reduziram em razão do volume importado que foi menor.

Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 8,603 bilhões no mês passado, ante saldo positivo de US$ 7,337 bilhões em junho de 2022.

O déficit na conta de serviços - viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros - somou US$ 3,483 bilhões em junho, redução de 16,8% diante dos US$ 4,187 bilhões em igual mês de 2022.

A rubrica de transportes contribuiu para essa redução do déficit da conta de serviços, ao passar de US$ 1,672 bilhão em junho de 2022 para US$ 1,172 bilhão no mês passado, recuo de 29,9%. De acordo com Rocha, a melhora foi influenciada por menores gastos em fretes, que teve redução devido à queda nos preços internacionais, além de redução nas exportações e importações.

Ainda segundo ele, houve recuo no déficit de serviços de propriedade intelectual, na comparação interanual, devido a uma grande operação que aconteceu em junho de 2022 e que não se repetiu no mês passado.

Assim, a base de comparação do mês ficou elevada, mas os dados do ano seguem a normalidade. Em junho de 2022, o déficit nessa conta chegou a US$ 1,310 bilhão, enquanto no mês ficou em US$ 415 milhões.
 
Viagens internacionais
No caso das viagens internacionais, seguindo a tendência dos meses recentes, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil cresceram 30,8% na comparação interanual e chegaram a US$ 508 milhões em junho, contra US$ 388 milhões no mesmo mês de 2022. Esse resultado é o maior para o mês desde junho de 2014, quando chegou a US$ 793 milhões. Rocha lembrou, entretanto que, em junho daquele ano, houve a Copa do Mundo no Brasil e o país recebeu um grande número de turistas estrangeiros.

As despesas de brasileiros no exterior passaram de US$ 1,196 bilhão em junho do ano passado para em US$ 1,417 bilhão no mesmo mês de 2023, aumento de 18,4%. Com isso, a conta de viagens fechou o mês com aumento de 12,4% no déficit, chegando a US$ 909 milhões, ante déficit de US$ 808 milhões em junho de 2022.

Segundo Rocha, esta é uma conta muito afetada pelas restrições impostas pela pandemia de covid-19, e apesar da recuperação gradual, os valores ainda estão abaixo do período antes da pandemia de covid-19.
 
Rendas
Em junho, o déficit em renda primária - lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários - chegou a US$ 6,161 bilhões, aumento de 83,5% ante os US$ 3,358 bilhões no mesmo mês de 2022. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil – e eles remetem os lucros para fora do país - do que de brasileiros no exterior.

Como explicado anteriormente, no mês passado, houve uma concentração maior de pagamento de juros nas operações intercompanhias e em outros investimentos, e refletindo elevações das taxas de juros internacionais e do estoque de dívida externa. As despesas líquidas com juros passaram de US$ 1,068 bilhão em junho de 2022 para US$ 2,325 bilhões no mês passado.

No caso dos lucros e dividendos associados aos investimentos direto e em carteira, houve déficit de US$ 3,841 bilhões no mês de junho deste ano, frente ao observado em junho de 2022, de US$ 2,304 bilhões, devido à redução de US$ 1,1 bilhão nas receitas.

A conta de renda secundária - gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens - teve resultado positivo de US$ 198 milhões no mês passado, contra superávit US$ 474 milhões em junho de 2022.

Financiamento
Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) foram baixos para o padrão recente da série. Eles somaram US$ 1,880 bilhão em junho último, ante US$ 5,228 bilhões em junho de 2022.

O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 80,020 bilhões (4,01% do PIB) em junho de 2023, ante US$ 83,369 bilhões (4,21% do PIB) no mês anterior e US$ 62,733 bilhões (3,5% do PIB) em junho de 2022.

“Olhando um período mais longo, os investimentos permanecem significativos e com crescimento, maiores que o déficit nas transações correntes. Ou seja, os ingressos líquidos e investimentos continuam financiando o déficit em conta corrente com esses capitais de longo prazo”, explicou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, lembrando que houve uma concentração de amortizações intercompanhia, pagas ao exterior no mês passado.

Em junho último, houve ingressos líquidos em participação no capital de US$ 3,691 bilhões, como compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros, contra US$ 4,073 bilhões em junho de 2022. Enquanto isso, as operações intercompanhia acusaram déficit de US$ 1,811 bilhão em junho de 2023, contra saldo positivo de US$ 1,156 bilhão no mesmo mês de 2022, principal responsável pela queda no IDP.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo.

No caso dos investimentos em carteira no mercado doméstico, houve entradas líquidas de US$ 4,368 bilhões em junho de 2023, compostos por ingressos de US$ 4,404 bilhões em títulos de dívida e saídas de US$ 36 milhões em ações e fundos de investimento.

O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 343,620 bilhões em junho, aumento de US$ 132 milhões bilhões em comparação ao mês anterior. A elevação decorreu do retorno líquido de US$ 1 bilhão em operações de linhas com recompra, US$ 619 milhões em receitas de juros e US$ 199 milhões em variações por paridades. A contribuição para reduzir o estoque de reservas internacionais decorreu das variações por preços: US$ 1,904 bilhão. Os dados mensais divulgados pelo BC são preliminares e podem ser revisados.

 
Post: G. Gomes
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Informações: Banco Central 

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