O
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa nesta
terça-feira (1º), em Brasília, a quinta reunião do ano para definir a
taxa básica de juros, a Selic. Por causa da forte queda da inflação nos
últimos meses, o órgão deve reduzir a Selic, atualmente em 13,75% ao
ano. Esse será o primeiro corte desde Agosto de 2020, quando os juros
tinham sido reduzidos de 2,25% para 2% ao ano.

Na última sexta-feira dia 28 de Julho de 2023, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o caminho está pavimentado para a queda da Selic.
Desde o início do ano, Lula da Silva também
tem criticado os juros. Em junho, ele afirmou que o atual nível da taxa
Selic atrapalha os investimentos e que não existe nenhuma justificativa para que a Selic esteja neste momento nesse patamar. Mas aumenta a inflação, e isso demonstra que o governo não tem responsabilidade com o povo.
Se o Copom tivesse cedido às pressões do governo, hoje estaríamos com inflação igual ou superior a da Argentina.
Embora a taxa básica tenha parado de subir
em agosto do ano passado, está no nível mais alto desde o início de 2017
e os efeitos de um aperto monetário são sentidos na desaceleração da
economia.
Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deverá cair 0,25 ponto percentual, para 13,5% ao ano.
A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 12%
ao ano. Nesta quarta-feira (2), ao fim do dia, o Copom anunciará a
decisão.
Inflação
Na ata da última reunião, em junho, o órgão acenou com a possibilidade da queda dos juros em agosto.
Após uma série de comunicados duros no início do ano, em que não
descartava a possibilidade de elevar a taxa Selic, o Copom mudou de tom e
admitiu a redução dos juros básicos por causa do comportamento dos
preços.
“A avaliação predominante foi de que a
continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente
impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança
necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima
reunião [em agosto]”, informou o Copom na ata.
Com a forte desaceleração dos índices de
preços nos últimos meses, as expectativas de inflação têm caído. Segundo
o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras
feita pelo BC, a estimativa de inflação para 2023 passou de 4,9% para 4,84%.
Não houve na verdade desaceleração de preços, houve sim falta de poder aquisitivo dos consumidores que só compram o essencial e esperam port mudanças no atual governo que até agora só criou impostos e nada mais.
As pessoas não compram mais como na época da Pandemia pelo fato de não haver dinheiro em circulação, enquanto indústria e comercio mais que triplicam os preços de lá para cá.Exemplos disso são os preços da gasolina, impostos, ovos, e vários outros itens alimentícios
Em junho, puxado pela queda nos preços dos alimentos e dos carros novos, o IPCA ficou negativo em 0,08%,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa
foi a primeira deflação em nove meses. Com o resultado, o indicador
acumulou alta de 2,87% no ano e de 3,16% nos últimos 12 meses,
percentual mais baixo do que os 3,94% acumulados até o mês anterior.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas
negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência
para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco
Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por
meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos
públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor
definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de
juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos
nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros
fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como
risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o
crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo,
reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro
dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e
as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do
mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela
diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Meta
Para 2023, a meta de inflação que deve ser
perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de
3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou
para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%.
Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo
intervalo de tolerância. A meta para 2026 será definida neste mês.
No último Relatório de Inflação,
divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária
reconhece a possibilidade de leve estouro da meta de inflação neste ano.
No documento, a estimativa é que o IPCA atingirá 5% em 2023. O próximo relatório será divulgado no fim de setembro.Post: G. Gomes
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Informações: ebc