O
presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta sexta-feira dia 4 de Agosto de 2023
que a queda do lucro da companhia na comparação entre o primeiro e o
segundo trimestre deste ano não deve ser atribuída à mudança na política
de preços.

Segundo ele, o principal fator para a queda é a variação da cotação do barril de petróleo tipo brent, referência do mercado internacional. Apesar da redução, Jean Paul considera que o resultado do segundo trimestre foi positivo.
A relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Jean Paul Prates, não está em seus melhores momentos. Segundo o Money Times.
Segundo Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo, pessoas próximas do governo apontam que Lula está
insatisfeito com o quadro geral da estatal nos seus três primeiros
meses de mandato. O presidente tem cobrado para que Prates dê uma
“guinada” na empresa.
Os resultados do segundo trimestre de 2023 foram
divulgados pela Petrobras na noite de ontem (3/08/2023), após o fechamento do
mercado de ações. O presidente e os diretores da empresa responderam
nesta sexta-feira (4/08/2023) a perguntas de acionistas e de jornalistas.
Conforme os dados, foi registrado um lucro líquido de R$ 28,8 bilhões no
período. Trata-se do décimo maior lucro trimestral da história da
empresa. Ainda assim, na comparação com o primeiro trimestre do ano,
houve uma queda de 24,6%.
"É bom que se diga que a queda se deve à variação do preço do petróleo tipo brent
e das margens internacionais, especialmente a do diesel. Eu faço aqui
essa colocação porque eu vi várias pessoas já imputando ou tentando
atribuir o resultado à política de preço. É absolutamente desconexa essa
linha de raciocínio. Nós tivemos uma queda brutal do brent.
Estamos numa outra circunstância. Essa circunstância atinge por igual as
nossas empresas-irmãs, tanto privadas quanto estatais", explicou Jean
Paul Prates.
Prates disse que a avaliação do desempenho
da Petrobras deve levar em conta a comparação entre as empresas com
participação no mercado acionário. "Em termos de fluxo de caixa
operacional, que é o faturamento menos despesas e custos, essas empresas
caíram em média US$ 6,5 bilhões. Nós caímos abaixo da média, com US$
4,9 bilhões.
É como se a gente tivesse numa piscina cheia e de repente
ficasse meia piscina e tivesse que nadar em um ambiente diferente. E nós
desempenhamos melhor do que a média das nossas empresas-irmãs”,
afirmou, citando que os investimentos da estatal no segundo trimestre
somaram US$ 3,2 bilhões, 31% acima em relação ao primeiro trimestre.
Política de preços
A nova política de preços dos combustíveisda
Petrobras foi adotada em maio, que representou o fim do Preço de
Paridade Internacional (PPI), que vinha sendo adotado há mais de seis
anos. Desde 2016, os preços praticados no país se vinculavam aos valores
no mercado internacional tendo como referência o preço do barril de
petróleo tipo brent, que é calculado em dólar. Essa prática gerou distribuição de dividendos recordes aos acionistas da empresa.
No novo modelo, a Petrobras não deixa de
levar em conta o mercado internacional, mas incorpora referências do
mercado interno. O fim do PPI havia sido uma promessa feita pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral no ano
passado. Ele defendeu a necessidade de "abrasileirar" o preço dos
combustíveis. Ao anunciar a mudança, a Petrobras também reduziu de
imediato os preços dos combustíveis.
Jean Paul Prates voltou a defender a nova
política de preços, sob o argumento de que a gestão atual tem gerado
credibilidade. O presidente da empresa avalia que a solidez financeira e
a transparência relacionada tanto com a política de preços quanto com a
política de dividendos influenciam na boa avaliação do mercado, que
resultou recentemente na elevação da nota de crédito
da estatal concedida pela agência de classificação de risco Fitch.
"Isso mostra que a Petrobras está sendo percebida cada vez mais como um
investimento seguro e rentável e que a gestão dessa diretoria tem
credibilidade".
Bolívia e Amazonas
O presidente da Petrobras também mencionou
as tratativas entre Brasil e Bolívia sobre o gás natural. "Temos tratado
isso de forma quase diplomática. Temos muito interesse como empresa em
voltar a ser um player importante da Bolívia, sobretudo na
produção de gás. Nós consideramos geopoliticamente importante porque é
um país vizinho que tem reservas de gás. Devido a circunstâncias
internas e decisões em relação ao regime fiscal e contratual, eles
tiveram uma queda nessa atratividade. Como decorrência disso, houve uma
queda também na própria produção e na própria reposição de reservas de
gás".
De acordo com ele, a exploração e produção
no país vizinho deve ser considerada. Existe também expectativa de
evoluir em tratativas com a Argentina, embora nesse caso envolva
questões estruturais mais complexas, pois não ainda há um gasoduto
ligando o Brasil ao país vizinho.
"Claro que para todos esses países do Cone
Sul, o ideal é que você chegue a um ponto futuro onde todo esse conjunto
de reservas de gás e de consumidores seja conectado por uma espécie de
um anel. E aí você possa inverter na hora que precisar, na hora que tem
inverno de um lado ou de outro. E você possa ter contratos um pouco mais
flexíveis".
O diretor executivo de Exploração e Produção
da Petrobras, Joelson Falcão Mendes, disse que a empresa trabalha para
obter autorização para atuar na foz do Amazonas. Em maio, o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indeferiu um pedido da empresa para realizar atividade de perfuração marítima no chamado bloco FZA-M-59.
"Nós entendemos que atendemos a todas as
exigências. Uma semana após a negativa da licença, nós demos entrada a
um pedido de reconsideração onde endereçamos todos os pontos colocados
pelo Ibama. Teve um ponto que nós não pudemos endereçar porque se trata
de uma avaliação ambiental de área sedimentar, que é algo que deve ser
feito ou não antes da licitação da área. Mas a licitação foi feita sem
essa avaliação, o que na nossa visão não prejudica em nada porque o
trabalho de licenciamento ambiental para este poço começou em 2014. Ele é
bastante longo e bastante complexo. Ele não necessita de nenhum outro
estudo adicional".
A Petrobras tem os direitos exploratórios em
quatro bacias na região. A projeção é perfurar ainda este ano o
primeiro poço no Amapá, localizado a mais de 500 quilômetros da foz.
Outros dois poços, conforme planejamento da empresa, ficam na bacia
Potiguar.Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: ebc, money times/globo.