Balaio da Imoralidade

Das mais graves, a enxurrada de denuncias revelada pela operação Apocalipse da Polícia Civil envolvendo autoridades, empresários e políticos de Porto Velho. Infelizmente, valendo-se da debilidade intelectual de alguns desavisados, há quem insista em confundir a ação policial com vindita pessoal.

Até onde se sabe, as provas colhidas pela polícia são robustas e consistentes. Caso contrário, a Justiça já teria concedido liminar, em forma de habeas corpus, aos acusados. Pode ter havido erros. Afinal, não há obra humana perfeita. Agora, pretender transformar a ação da polícia em peça de ficção, por capricho ou deleite pessoal, além desconfigurar uma brutal falta de respeito para com o trabalho de profissionais sérios e competentes, constitui uma afronta inominável à inteligência das pessoas.

Sem querer apontar o dedo na direção de ninguém ou então tripudiar sobre os que se deixaram seduzir pelo canto de sereia, parcela considerável da responsabilidade por essa tragédia moral que corrói as combalidas estruturas da política rondoniense cabe aos governantes, quando avalizam acordos políticos à revelia dos interesses sociais, e ao povo, quando escolhe mal seus representantes.

Há que se considerar, contudo, que o contribuinte não está vinculado a esse ou aquele partido político, nem deu autorização para que autoridades metessem os pés pelas mãos e saíssem por aí cometendo asneiras.

À opinião pública interessa apenas que os fatos apontados sejam devidamente esclarecidos, inclusive para que se não misturem no mesmo balaio de imoralidades os poucos detentores de mantados popular que têm sabido honrar, com probidade e fidelidade, a procuração recebida da sociedade.

Agora, é esperar que o Ministério Público assuma a parte que lhe cabe na questão. Este, por sua vez, vem mostrando singular percepção de suas missões constitucionais. A população exige respostas. E rápido!

Por Valdemir Caldas

Fonte: Tudorondônia

Canal: www.deljipa.blogspot.com.br

Autor: G.Gomes