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28 outubro, 2013

A Riqueza do Saber - Um Conto

Este conto tem o objetivo de tentar explicar a necessidade da busca pelo conhecimento por parte do ser humano e dar a ele suas aplicações.


A Riqueza do Saber
Era uma vez em um país muito distante, onde imperava a democracia e a liberdade de expressão e de escolhas, pais este em que as pessoas eram livres para fazerem tudo aquilo que queriam dentro dos princípios da ordem e da legalidade, lá onde todos (quase todos) procuravam respeitar Leis para poderem viver em harmonia e progresso.

Nestas terras distantes também viviam duas famílias completamente diferentes uma da outra, sendo uma delas muito rica, abastada e extravagante, e a outra pobre e muito lutadora por dias melhores.

Na família rica, os filhos não gostavam de estudar e nem fazer coisas úteis e viviam mais para a orgia e farras sem a preocupação com os tempos futuros.
Na família pobre os pais lutavam com muito sacrifício para poderem educar e preparar os filhos para os tempos futuros, não sobrava tempo para farras e nem desperdícios.
Certo dia o pai rico encontrou de maneira casual com o pai pobre, que logo foi destratando e zombando de sua condição, este não deixou barato e disse que estava preparando os filhos para conquistarem o sucesso e quem sabe riquezas.
Pronto!
O pai rico caiu na risada e debochou do pai pobre, desafiando assim o pai pobre para uma aposta.
O pai pobre foi logo dizendo que não tinha nada para apostar com ele, pois o que ganhava era tudo aplicado na formação e educação de seus amados filhos, mesmo assim o pai rico reforçou o desafio dizendo: Vamos fazer assim, cada um de nós manda um de nossos filhos viajarem por cinco anos pelo mundo, e ao final de cinco anos eles retornarão para casa e veremos quem se deu melhor, se é o meu filho que criei na fartura e riquezas ou seu filho que ficou agarrado nos livros o tempo todo sem aproveitar a vida.
O pai pobre pensou um instante e logo brotou um sorriso em seus lábios e disse: Eu topo a aposta, mas eu não tenho nenhum bem para colocar na aposta.
O pai rico retrucou: Tem sim! Você e sua família pode me pagar a aposta ao trabalhar para mim de graça pelo período de cinco anos consecutivos, se eu perder, reparto tudo que tenho ao meio com você.

O pai pobre topou fazer a aposta e marcaram a data da partida dos filhos.
No dia da partida, o pai pobre recapitulou tudo aquilo que tinha ensinado aos seus filhos, dignidade, coragem, honestidade, busca pelo conhecimento, perseverança e caráter, assim se despediu do filho que pegou seus poucos pertences e saiu caminhando pela estrada rumo ao desconhecido.

O pai rico, ao contrário não disse nada ao filho, mas deu uma grande festa regada com boas bebidas e comida farta, mandou preparar uma carruagem e serviçais para que ajudassem o filho fazer com tranquilidade a vigem da aposta.
Apesar de ter saído bem atrasado ao horário combinado, o filho rico passou na estrada pelo filho pobre jogando-lhe poeira em seu rosto.

Depois de muito viajar o filho rico foi parar em outra nação, e bem em frente ao castelo do senhor daquelas terras.
Lá chegando bateu à porta e foi atendido por uma voz meiga e educada que lhe perguntou o que desejava este nem cumprimentou a voz e exigiu que queria comer pois estava faminto e cansado da viagem, a voz então o convidou para entrar naquele castelo onde se ouvia tudo e não se via nada, mas seguiu o ruído dos passos da voz que seguia à sua frente.

Ao chegar numa sala imensa e cheia de livros, quadros, estátuas e outras obras de arte, este apenas sentou-se e começou a reclamar de sua fome e cansaço, não tocou nenhum instrumento, não leu nada, não apreciou nenhuma obra, apenas reclamou de sua fome e cansaço.

Depois de vários minutos a voz veio em sua direção e o convidou para o jantar que seria servido em um lugar especial daquele castelo, este sequer tomou banho e cuidou de sua higiene pessoal, pois só pensava em comer e dormir.

Ao adentrar na enorme sala de jantar, percebeu ruídos de várias pessoas, mas que também não conseguia ver ninguém, apenas ouvia o som de tudo.
Convidado a sentar-se à mesa para a refeição, este usou de toda falta de polidez que herdara de seu pai rico e ignorante, e foi logo comendo de tudo que tinha naquela mesa com gestos grosseiros e indelicados, e com a boca cheia apenas soltava ruídos guturais.

Em dado momento a luz do castelo apagou e tudo ficou às escuras, foi quando uma voz disse:
Agarre-se com o que tiver de melhor nesta mesa!
Em seguida a luz voltou a ser acesa e flagraram o inconveniente moço com a boca cheia e comida com os olhos esbugalhados como se estivesse engasgado.

Neste momento o moço rico ouviu murmúrios de reprovação dos seres presentes, em seguida tudo ficou em silêncio, nada se ouvia, nada se via, mesmo assim aquela voz veio em sua direção e pediu que lhe acompanhasse.

O moço rico seguiu o ruído dos passos e andou por um longo corredor, em determinado momento um alçapão se abriu e o moço rico caiu, despencou em uma masmorra que existia no porão daquele castelo encantado.

Passado um tempo considerável, eis que chega á porta do mesmo castelo o filho pobre.

Aquele moço bateu à porta do castelo e esperou calmamente que alguém lhe atendesse, e não demorou muito uma voz lhe perguntou: O que deseja?
O moço pobre respondeu: Desculpe-me, mas estou viajando, venho de terras muito longínquas e preciso de abrigo.

A voz então lhe convidou a entrar e este prontamente agradeceu e aceitou a acolhida onde foi seguindo o ruído de passos até chegar às salas onde antes estivera o moço rico.

Lá chegando, a voz lhe disse que poderia usar tudo o que estivesse naquelas salas, pois ficaria feliz se alguém pudesse fazer bom uso daquele patrimônio, por sua vez o moço pobre agradeceu à voz e começou a explorar o recinto, foi na sala de instrumentos musicais e lá tocou vários instrumentos e leu partituras, foi até a sala química e lá montou pequenas fórmulas, e assim percorreu grande parte daquele castelo encantado, colocando em prática tudo aquilo que aprendera em sua vida, em seguida a voz o convidou a conhecer os aposentos em que ficaria, este agradeceu e cuidou de sua higiene pessoal e da aparência, quando já estava composto, a voz o convidou para se dirigir até a sala nobre de jantar.

Ao adentrar na sala, o moço pobre percebeu ruído de vozes de muitas pessoas, ruídos de taças de bebidas, sentiu cheiro de perfumes, percebeu que ali estavam reunidas pessoas nobres e quando lhe convidaram para sentar-se à mesa este pediu licença e aguardou que lhe mandassem servir o seu prato, mas ele percebeu também que ao seu lado tinha alguém muito especial e se esforçou para não cometer gafes.
Em dado momento a luz apagou ficando tudo às escuras e uma voz disse: Agarra-se com o que tiver de melhor nesta mesa!

O rapaz então se virou para o lado e abraçou o alguém que ali estava,em seguida a luz voltou a ser acesa e todo o encanto se desfez, revelando então pessoas nobres e bem vestidas, notou também que tinha abraçado a princesa daquele reino e tudo virou alegria para todos.

O rapaz foi aclamado imediatamente o herói daquele povo e candidato a casamento com a princesa. Depois foi conhecer todo o castelo e a vida de seus donos, ou seja a família real.

Depois de algum tempo, ele contou a razão pela qual estava ali, e mencionou o filho do homem rico de sua cidade, o seu opositor, logo a princesa respondeu que seria aquele que estava preso na masmorra do castelo.
Em seguida trouxeram o filho rico para que o visse, a compaixão do moço pobre foi tamanha que rogou pela vida de seu opositor e pediu sua soltura no que foi atendido imediatamente.
Depois que tudo foi esclarecido, o moço pobre já de casamento marcado com a princesa disse que precisava ir até seu País visitar sua família e dar a noticia de tudo que ocorrera com ele para seus pais, e assim voltou para casa levando em sua companhia o moço rico, que ficou doente e frustrado com sua viagem, e não foi menor a tristeza do seu pai ao ver que tinha perdido a aposta para seu amigo pobre.

Depois de receber a aposta do amigo rico, nem tão rico agora, o pai pobre, nem tão pobre agora, viajou para participar do casamento do seu filho com a princesa das terras encantadas, a festa foi maravilhosa onde pode-se ouvir até hoje murmúrios de alegria das pessoas que venceram nas terras encantadas.

Moral da História:
Ter dinheiro não é bom de tudo, mas ter conhecimento é tudo de bom.

REFERÊNCIAS:
Conto: A riqueza do Saber
Autor: G.Gomes
imagem: Acervo Próprio
Postagem: G.Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br

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