O juiz do 4º Tribunal do Júri, Alexandre Abrahão, arquivou, na tarde de hoje, o processo contra os policiais do Serviço Aéreo Policial (Saer) da Polícia Civil, acusados pelo homicídio do traficante Márcio José Sabino Pereira, conhecido como Matemático, um dos maiores traficantes do Rio, com ficha criminal extensa: 26 inquéritos por tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídios. Um vídeo exibido pelo “Fantástico” em maio de 2013, mostrou a perseguição dos policiais num helicóptero da polícia, no fim da noite de 11 de maio de 2012, quando o bandido foi morto. A Corregedoria Interna da Polícia Civil, por determinação da então chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, instaurou inquérito para apurar a ação policial, mas o próprio Ministério Público pediu o arquivamento do processo.
Em sua sentença, o magistrado argumenta que "Matemático e sua trupe foram instados a se entregar, entretanto, por arrogância e vaidade aceleraram seus carros e motos, efetuando disparos nas vias públicas”. Abrahão entendeu que o bandido e seus cúmplices “escolheram seus destinos e, no caso de Matemático, sua arrogância lhe impôs o preço por enfrentar uma equipe policial bem preparada, estruturada e capaz de dar resposta na medida devida!”. Na opinião do juiz, os policiais agiram em legítima defesa, uma vez que os criminosos atiravam também contra os agentes. Ele segue dizendo que: “os criminosos puseram em risco não só os policiais como também a sociedade, pois evidenciaram a disposição de efetuar disparos”.
Ainda na decisão, Abrahão determina que, “como forma de ainda minorar o vexame público dos agentes, que o Sr. Chefe de Polícia publique no boletim interno da sua briosa Corporação Policial a presente decisão”. Ele diz também que a Polícia Civil deverá fazer constar elogios do juízo em relação aos policiais, nas folhas funcionais dos investigados, “objetivando amenizar os graves danos já causados aos mesmos” pelo episódio.
Ao fim da sentença, Abrahão chega a declamar: “Amanhã e todos os dias gostaríamos de acordar e saber que poderemos subir nos coletivos, trafegar nos nossos veículos, desfrutar nossas praias, almoçar, jantar e curtir todos os espaços sempre com a certeza que, acima de nós, Deus e seus anjos negros, nas suas máquinas voadoras, lá estão prontos para nos deixar viver!”. Os anjos negros aos quais o juiz se refere são justamente os agentes do Saer que pilotam os helicópteros da Polícia Civil.
Para o magistrado, o caso deixa uma lição: “Estado não se desafia, se respeita!”
O juiz Alexandre Abrahão determinou ainda que a Polícia Civil publique elogios aos agentes no boletim da corporação.
Postagem: G.Gomes
Fonte: O Globo
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
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