Autoridades francesas confirmaram na manhã desta quinta-feira (26) que a queda do avião da Germanwings foi deliberada.
"Temos a transcrição dos 30 últimos minutos de voo. Durante os 20 primeiros minutos, os pilotos conversam de forma normal e gentil. Depois, escutamos o comandante preparando os procedimentos de aterrissagem. As respostas do copiloto parecem lacônicas. O comandante pede que o copiloto assuma o comando. Escutamos ele empurrar o banco para trás e fechar a porta. Saiu para ir ao banheiro. Quando está sozinho, o copiloto manipula o "flight monitoring system" para iniciar a descida. A ação só pode ser voluntária. Escutamos várias chamadas do comandante pedindo para entrar. Não houve nenhuma resposta. Escutamos um ruído de respiração até o impacto. O copiloto estava vivo."
Brice Robin, procurador de Marselha e responsável pela condução das investigações, afirmou que a descida da aeronave foi deliberada, pois o avião já estaria em piloto automático, e foi iniciada pelo copiloto, identificado como Andreas Lubitz, cidadão da Alemanha de 28 anos. Ele afirma ainda que, durante a descida do avião, o ritmo de respiração do piloto era constante e não indica que ele estivesse inconsciente.
"O copiloto não tinha nenhuma razão para impedir que o comandante entrasse na cabine. É um comportamento suicida, mas nos dá medo de dizer", afirma ele, dizendo que o copiloto aproveitou a ausência do piloto para inciar, deliberadamente, o procedimento de descida.
De acordo com Robin, os passageiros perceberam, nos últimos momentos, o que estava acontecendo. Ele diz que é possível ouvir gritos nos instantes finais da gravação.
A informação de que um dos pilotos da aeronave tinha ficado trancado para fora da cabine foi revelada na noite desta quarta-feira (25) pelo jornal americano New York Times.
Os investigadores seguem agora a busca da caixa-preta, que vai ajudar a descartar que outras causas não tenham interferido na queda. A primeira caixa-preta, que já foi examinada, continha as conversas dos pilotos. A segunda, que ainda é procurada, contém os parâmetros de voo.
Segundo Robin, o copiloto trabalhava há alguns meses para a companhia, e tinha "algumas centenas de horas" de experiência de voo. Já o piloto acumulava mais de 6.000 horas de voo em aeronaves A320.
A Lufthansa disse que as portas da cabine podem ser abertas pelo lado de fora com um código, de acordo com os regulamentos apresentados após os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos. No entanto, o sistema de código pode ser bloqueado a partir de dentro da cabine, segundo explica um vídeo promocional da Airbus publicado online e confirmado pela fabricante de aviões.
Andreas Lubitz, copiloto do avião da Germanwings que caiu nos Alpes Franceses trabalhava desde setembro de 2013 na companhia e acumulava 630 horas de voo. Foi Lubitz que, segundo o procurador de Marselha, iniciou deliberadamente o processo de descida da aeronave. O piloto do avião teria ficado trancado do lado de fora da cabine de comando, após sair para ir ao banheiro.
Lubitz tinha 28 anos e, segundo o jornal espanhol El Mundo era natural de Montabaur, no oeste da Alemanha. A prefeita da cidade, Gabriele Wieland, afirmou ao El País que Lubitz vivia na casa de seus pais, mas também tinha uma casa em Dusseldorf, onde deveria pousar o avião que caiu nos Alpes franceses, causando a morte de 150 pessoas.
Após a divulgação da notícia, a polícia da pequena Montabaur, de 12 mil habitantes, rapidamente montou guarda em frente à residência. O sentimento que prevalece no local, de acordo com a Reuters, é de choque.
Após a divulgação da notícia, a polícia da pequena Montabaur, de 12 mil habitantes, rapidamente montou guarda em frente à residência. O sentimento que prevalece no local, de acordo com a Reuters, é de choque.
Ainda de acordo com a publicação, Lubitz se formou em Bremen, na Escola de Voo da Lufthansa e acumulava 630 horas de voo. Já o comandante tinha 6.000 horas de voo e dez anos de experiência, segundo a Radio Europe 1. O copiloto obteve sua licença de voo em junho de 2010, e teria que renová-la dentro de três meses. A Deutsche Welle afirma que ele foi comissário de bordo antes de virar piloto.
O ministério do Interior da Alemanha afirmou que o jovem não tinha associação com grupos terroristas.
Um clube de aviação alemão do qual Lubitz era sócio afirmou, em uma nota de pesar, que Lubitz se tornou um membro do grupo para “concretizar o sonho de voar. Um sonho que acabou pagando com a vida”.
Klaus Radke, chefe do clube afirmou que o jovem era "um garoto normal, divertido e educado".
Postagem: G.Gomes
Post Original: Brasil Post
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTE E COMPARTILHE. OBRIGADO!