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17 setembro, 2016

A Negação de militantes políticos quando confrontados com a realidade

Impressiona a quantidade de pessoas com apreço por governantes e ex-governantes, principalmente os indiciados por crimes de corrupção. Esses casos levantam algumas questões de psicologia comportamental. Estudos que se debruçam sobre as razões pelas quais algumas mães se recusam a aceitar a ideia de ter um filho homossexual talvez possam nos ajudar a compreender a estrutura psíquica dessa gente, uma vez que, me parece, a relação que um militante político mantém com um vigarista de estimação é muito parecida.

Eu batizei esse comportamento de Complexo da Dona Sônia. As características dos donasônios, tão comuns às mães que se recusam a aceitar a ideia de ter um filho homossexual, ainda que todas as evidências brotem de seus cabelos alisados, são comuns também aos militantes partidários. A negação, a vitimização, a fantasia, o isolamento acontecem não só entre as melhores famílias, mas também entre os melhores pelegos.

Sempre que uma falcatrua é descoberta e um governante ou ex-governante é acusado de ser corrupto, militantes políticos se perguntam: “Será que ele é?“ Uma parte de sua cabeça responde: “É evidente, como mostra o Power Point do procurador do Ministério Público”, enquanto a outra parte diz que a culpa do crime, se é que houve crime, é das más companhias, nunca do indivíduo. Mais cedo ou mais tarde emerge do inconsciente esse tipo de comentário que explica tudo.

Ou seja, ambos acreditam na influência das más companhias, do ambiente, da manipulação da TV e do sistema. No fundo, um pelego dá a mesma desculpa que uma mãe dá quando flagra o filho dançando Rihanna no quarto: “Foram os colegas que o convenceram! Ele é só uma criança ingênua! A TV que manipulou!” Tudo idêntico a Dona Sônia.

Militantes partidários têm muito em comum com essas pobres mães. Ambos não acreditam no indivíduo; a culpa é sempre dos outros. Ambos absorvem qualquer teoria da conspiração. Ambos têm medo de que comecem a espalhar calúnias sobre seu ente querido.

Por fim, as mães consideram que a situação do filho possa ser apenas uma fase, uma vez que elas mesmas sofreram daquele mal no passado. Creio que este fenômeno ocorre também na relação do militante partidário com seu governante de estimação. É normal que se corrompa, porque todos os outros que vieram antes dele se corromperam também. Não foi ele que inventou a corrupção.

Não interessa se o político é inocente ou culpado; não interessam as evidências que o incriminam, interessa é o que vem de dentro do coração.
Fonte: Yahoo
Por: Guy Franco
Post: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br

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