Campanha contra o incentivo ao namoro entre crianças no Amazonas vira alerta para todo o Brasil
No início deste mês, a Secretária de Assistência Social do estado do Amazonas lançou uma campanha contra a erotização precoce das crianças. A iniciativa "Criança não namora. Nem de brincadeira" foi compartilhada nas redes sociais da secretaria para conscientizar pais e responsáveis quanto aos riscos de expor crianças a relacionamentos próprios da fase adulta.
A ação, que tinha como objetivo conscientizar os pais da região Norte do Brasil, ganhou proporções nacionais. Em poucos dias, a publicação quase bateu 500 mil compartilhamentos e expôs um debate muito maior que o esperado: afinal, quais são os riscos de incentivar um inocente namoro entre duas crianças?
Visto por muitos como uma mera brincadeira infantil, ou por outros como um estímulo para o início da sexualidade, incentivar um abraço, beijos e até simular casamentos e compromisso entre duas crianças não é algo saudável e pode trazer malefícios para o seu desenvolvimento. O oposto ao que os pais almejam pode acontecer: a criança se tornar um adulto com dificuldades de se relacionar ou com traumas que geram relacionamentos abusivos.
"Não é engraçadinho incentivar beijinhos de namoro ou declarações de amor entre as crianças. É nosso papel separar o mundo adulto do mundo infantil", escreveu Dany Santos, professora da rede pública, em seu blog Quartinho de Dany, que desde 2008 aborda temas como proteção à infância e maternidade consciente. Um das postagens foi justamente sobre o assunto.
"Criança não namora. Criança se relaciona com os amiguinhos, e eles são simplesmente amigos. Amizade é o nome. Insistir em namoro na infância é adultizar as crianças, incentivar a erotização precoce!", postou a blogueira em Janeiro deste ano. O texto viralizou antes da campanha do estado do Amazonas.
Misturar os dois mundos é cair no erro da erotização precoce. A infância precisa de proteção e não de adultos que afastam a criança daquilo que é próprio pra idade dela.
A campanha e o respeito à infância
Num primeiro momento, a secretaria do Amazonas decidiu bolar uma postagem no Facebook para testar e verificar a receptividade da população do estado sobre o tema. "Para a nossa surpresa, no dia seguinte da publicação, ela já tinha mais de seis milhões de visualizações e mais de 110 mil compartilhamentos", disse o psicólogo e terapeuta Luiza Coderch, coordenador dos centros de convivência da Secretaria de Estado de Assistência Social.
Por: Luiza Belloni
Divulgação: HuffPost
Edição: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
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