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O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), foi hostilizado neste sábado (9/12/2017) ao chegar à convenção nacional do partido, em Brasília.
Na entrada do centro de convenções onde ocorre o evento, uma claque favorável ao mineiro o aguardava. O nome dele (escrito em chapéus de alguns dos apoiadores que o esperavam) foi gritado em coro pelo grupo.
Eles seguravam uma faixa em que o mineiro era aclamado como "o melhor presidente da história do PSDB" e agradeciam a ele por sua "coragem e comprometimento com o país".
O grupo o acompanhou até a porta do auditório. Lá dentro, sem os apoiadores, Aécio ouviu vaias e gritos de "fora!".
O locutor do encontro tentou contornar a situação. O senador mineiro não foi chamado para sentar à mesa montada no palco da convenção e, na sequência, deixou o evento. Ele ficou no local durante 40 minutos.
Aécio perdeu força no partido e se licenciou da presidência da sigla em maio, depois que foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.
Ele chegou a ter o mandato suspenso e o recolhimento noturno determinados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas o Senado reverteu a decisão. Nesta semana, o mineiro teve seus sigilos bancário e telefônico quebrados.
Logo que chegou, o senador fez um rápido balanço de sua gestão à frente do PSDB e defendeu a unidade da legenda. "O PSDB depende de sua unidade interna para vencer os adversários que estão no campo externo", afirmou Aécio.
Questionado se acreditava em uma aliança com o PMDB no ano que vem, respondeu: "Não fecho as portas para ninguém".
Aliados de Aécio se mostraram aliviados com gritos de guerra em sua defesa. "Graças a Deus", disse o deputado Caio Nárcio (MG).
Andre Pagy, delegado do PSDB-MG, o defendeu. "O legado do senador é histórico. Ele tem uma importância enorme para o partido e nós estamos aqui para apoiá-lo. As pessoas têm direito de se manifestar contra, é da democracia."
Os militantes de Minas Gerais reclamaram que Aécio não foi anunciado com destaque e gritaram o nome dele de novo. O deputado Marcus Pestana (MG) foi até eles e explicou que a decisão foi tomada para evitar manifestações contra ele.
Em breve pronunciamento antes de entrar no centro de convenções, Aécio defendeu a reforma da Previdência e exaltou seu período no comando do partido.
"Nesse período dos últimos quatro anos em que administrei como presidente o PSDB foi o mais fértil, de crescimento do partido", disse.
"Pior do que ver a reforma da Previdência provada sem os votos do PSDB é vê-la não aprovada pela ausência dos votos do PSDB e acredito que o governador Geraldo Alckmin terá as condições de levar o partido a reafirmar os seus compromissos com as transformações estruturais que o país precisa viver."
Nas últimas horas, Aécio informou a aliados que faria passagem curta pela pela convenção e evitaria constrangimentos ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Alguns dos temores dos aliados do paulista era que o mineiro quisesse discursar no evento ou que ele aparecesse ao lado de Alckmin na foto oficial em que ele deverá figurar como pré-candidato ao Planalto.
OUTRAS LIDERANÇAS
Líderes tucanos começaram a chegar no fim da manhã à convenção do PSDB. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deve assumir o comando da sigla, já está no centro de convenções onde fará um discurso em que é esperado seu lançamento como pré-candidato a presidente em 2018.
Acompanhado do senador Tasso Jereissati (CE), destituído da presidência do PSDB por Aécio Neves (MG) em novembro, Alckmin tomou café logo após sua chegada ao espaço.
Os discursos de deputados e senadores filiados à sigla se iniciaram perto do meio-dia. Antes, militantes e lideranças estaduais falaram no palco, onde um gigante painel exibe, abaixo do nome do partido, a frase: "Unidos por um Brasil que precisa mudar".
Post: G. Gomes
Redação: N.ao.M
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
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