Com histórico de discussões no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes protagonizaram um novo debate nesta quarta-feira (21/03/2018). A briga levou a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, a encerrar a sessão.
O plenário discutia doações ocultas para campanhas eleitorais e Gilmar usou o exemplo de uma decisão de Barroso sobre aborto para criticar uma suposta prática de mudar a jurisprudência aproveitando-se de maioria eventuais.
"É preciso que a gente denuncie esse tipo de manobra, porque não se pode fazer isso com o Supremo Tribunal Federal. Ah, agora eu vou dar uma de esperto e vou conseguir a decisão do aborto, de preferência na turma, com 3 ministros e a gente faz um 2 a 1".
Gilmar Mendes
Barroso rebateu criticando a postura do colega, que considerou como frequentemente ofensiva, inclusive com outros ministros do STF.
"Me deixa de fora desse seu mal sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. Isso não tem nada a ver com o que está sendo julgado. É um absurdo vossa excelência vir aqui fazer um comício cheio de ofensas, grosserias".
Luis Roberto Barroso
Em seguida, Barroso afirmou que Gilmar "não consegue articular um argumento", já ofendeu à Cármen Lúcia e ao ministro Luiz Fux. "A vida para vossa excelência é ofender as pessoas, não tem nenhuma ideia, nenhuma, nenhuma, só ofende as pessoas", completou.
Ao final, Barroso disse que Gilmar desonra o STF e não tem patriotismo. "Está sempre atrás de um interesse que não é o da Justiça", afirmou.
"É bílis, ódio, mal sentimento, mal secreto. Vossa excelência nos envergonha. Vossa excelência é uma desonra para o tribunal, uma desonra para todos nós. Um temperamento agressivo, grosseiro, rude. Vossa excelência sozinho desonra todo o tribunal. É muito penoso para todos nós ter que conviver com vossa excelência aqui".
Luis Roberto Barroso
Neste momento, Cármen Lúcia decidiu encerrar a sessão. Gilmar aproveitou os últimos instantes para a tréplica. "Sugiro que o senhor feche o seu escritório de advocacia", disse a Barroso.
Em Novembro de 2016, a Primeira Turma do Supremo decidiu descriminalizar o aborto no 1º trimestre da gravidez ao julgar o caso de uma clínica clandestina no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada com base no voto de Barroso, acompanhado pelos ministros Rosa Weber e Edson Fachin. Já os ministros Marco Aurélio e Luiz Fux não votaram sobre a questão do aborto e deliberaram apenas sobre a legalidade da prisão.
Fonte: Huffpost
Vídeo: Antagonista
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Por: Marcella Fernandes
Post: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
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