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25 maio, 2018

A melhor verdade: Se Temer tivesse um mínimo de dignidade, já teria demitido Pedro Parente

(Pedro Parente -Presidente da Petrobras -Foto reprodução)
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que, para alterar a política de preços da companhia, o governo teria que mudar sua diretoria. 

De acordo com o executivo, porém, o governo assegurou a estatal, em reunião nesta quinta-feira, que não tem essa intenção e que, portanto, não há razão para que ele deixe o cargo. O executivo falou com analistas de bancos em teleconferência durante a tarde, enquanto as ações da Petrobras despencavam mais de 10% na B3 (antiga Bovespa). Seu discurso não foi suficiente para mudar a percepção dos investidores: o papel ordinário (com voto) da Petrobras fechou em queda de 14,5%, levando a uma perda de R$ 47,2 bilhões em valor de mercado à empresa.

Na teleconferência, Parente ressaltou que o governo não influenciou na decisão de congelar o preço do diesel, que foi tomada pela diretoria da estatal “pensando no melhor interesse da empresa”. De acordo com ele, caso Brasília deseje implementar subsídios, a Petrobras teria que ser reembolsada de acordo com cláusulas previstas em contrato.

NOVA DIRETORIA – “O governo teria que colocar um novo “management” para alinhar uma mudança na política de preços (da Petrobras). Mas não vejo o governo fazendo isso. O anúncio (sobre o diesel) foi uma iniciativa tomada pela diretoria pensando no melhor interesse da companhia. Não estava sob consideração fazer qualquer coisa que não estivesse previsto em nossa política” – disse Parente, falando em inglês.

Segundo Parente, ele e sua equipe deixariam a Petrobras se fossem obrigados a fazer algo “em que não acreditamos”.

Eu e a equipe não conseguiríamos e não iriamos continuar (na empresa) se tivéssemos que fazer algo em que não acreditamos e que não fosse ao encontro ao dos interesses da companhia e dos acionistas. Mas, repito, o governo não acha que a Petrobras deva ser usado de uma maneira, por assim dizer, “social”. Não é o caso. E, portanto, não tem qualquer discussões sobre isso agora (sua saída) – esclareceu.

POLÍTICA DE PREÇOS – De acordo com Parente, que participou de reunião com o governo federal nesta quinta-feira, “a Petrobras não pode se privar de discutir com o governo em uma situação como essa, já que é a maior companhia de combustíveis no país.” Na reunião, disse, o governo assegurou que não planeja fazer qualquer alteração na política de preços da estatal.

Foi assegurado à companhia que, de nenhuma maneira, o governo apoiaria qualquer iniciativa que reduzir nossa liberdade. E que, se o governo decidir proporcionar qualquer forma de subsídio de preços, isso teria que ser feito de acordo com a lei. Segundo a legislação do petróleo, enfrentamos livre competição e somos livres para determinar nosso preço. Segundo outra lei, a Lei das Estatais, se o governo decidir praticar subsídios, teríamos que ter uma autorização legal e um contrato, enquanto o custo teria que transparente e ser compensado previamente pelo governo” – contou o executivo.

MEDIDA DE EXCEÇÃO – Parente reforçou que a decisão foi tomada de “maneira consciente” para tirar a Petrobras de uma posição defensiva com relação à sociedade. Ele sustentou que a estatal não planeja, em nenhuma hipótese, tomar medida semelhante no futuro, alterar sua política de preços ou mesmo mudar a periodicidade dos reajustes dos combustíveis.

Vamos falar claramente: foi uma iniciativa excepcional que não vai se repetir. (…) Foi uma situação excepcional que exigia uma medida excepcional” – observou Parente, acrescentando que a Petrobras “não está mais sob o fogo” após a decisão. “Vamos continuar com a política de preços que estabelecemos para a empresa. Se o governo quiser ter subsídios, terá que prever compensações em contrato para a companhia”.

Fonte: Nbo
Post: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br

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