Primeiro caso de AIDS no Brasil foi confirmado em 1982 - Foto: Arquivo/Agência Brasil
Mais de 35 anos após a confirmação do primeiro caso de Aids no Brasil, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a doença. Reunimos respostas para algumas das perguntas ainda frequentes sobre o vírus, o HIV, e a doença.
- Aids e HIV são a mesma coisa?
Não. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é causada pelo vírus HIV, mas existem soropositivos que vivem durante anos sem apresentar sintomas ou desenvolver a doença. Ainda assim, elas podem transmitir o vírus a outras pessoas.
- Quais são as principais formas de transmissão do HIV?
O vírus pode ser transmitido por meio de relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas, pela transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação) e por meio de transfusão com sangue contaminado.
- Como o HIV age no organismo?
O vírus ataca o sistema imunológico, que é responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T-CD4+. O DNA da célula é alterado pelo HIV, que faz cópias de si mesmo para se multiplicar. Assim, o vírus rompe os linfócitos e continua a infecção.
- Qual é a principal forma de prevenção?
O método mais recomendado desde a identificação do vírus e da doença é o uso de preservativos (masculino ou feminino) durante as relações sexuais. As camisinhas estão disponíveis gratuitamente em unidades de saúde, mas também podem ser compradas em estabelecimentos privados.
- Existem outros métodos para reduzir as chances de contágio?
Sim. Com o avanço da medicina, também há a possibilidade de intervenções com antirretrovirais logo após a exposição ao vírus (PEP) ou mesmo de forma preventiva (PreP), voltada para grupo de pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o vírus.
- O que é a PrEP?
A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) consiste no uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao HIV, reduzindo a probabilidade de infecção. A PrEP deve ser utilizada por quem acha que pode ter alto risco para adquirir o HIV. Confira a lista de unidades de saúde em que esse tratamento está disponível.
- E a PEP?
A PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) é o uso de medicamentos antirretrovirais APÓS um possível contato com o vírus. Para ter efeito, a PEP deve ser iniciada, no máximo, até 72 horas após a exposição, e deve ser tomada por 28 dias. Confira aqui a lista de unidades de saúde em que o tratamento é oferecido.
- Quais são os sintomas da Aids?
Os sintomas iniciais se assemelham aos da gripe e incluem febre, tosse e mal-estar, motivo pelo qual inúmeros casos passam despercebidos.
- Como saber se tenho Aids?
Os exames são gratuitos e podem ser feitos nas Unidades Básicas de Saúde ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O teste rápido de triagem detecta os anticorpos contra o HIV presentes no organismo e é feito em menos de 30 minutos. Logo em seguida, a pessoa realiza um teste confirmatório, na mesma unidade de saúde.
- Quem pode fazer os exames?
Todas as pessoas, independentemente da idade, cor, sexo, e condição de saúde, podem e devem realizar o teste com frequência. O Ministério da Saúde recomenda que, nos casos que envolvam crianças (0 a 12 anos incompletos), a testagem e entrega dos exames anti-HIV só devem ser realizadas com a presença dos pais ou responsáveis. Já para adolescentes (12 a 18 anos), a realização do exame fica restrita a sua vontade, desde que uma avaliação de suas condições de discernimento seja realizada.
- Posso ter contraído HIV mesmo que o resultado do teste seja negativo?
Sim. Isso é explicado pela janela imunológica, que é o período entre a infecção e a produção de anticorpos contra o HIV em uma quantidade suficiente para serem detectados pelos testes. Uma pessoa pode apresentar resultado negativo dias após ter sido infectada, já que a janela imunológica dura, em média, cerca de 30 dias. Por isso, se as suspeitas de infecção permanecerem, é importante refazer os exames após um mês.
- Como funcionam os autotestes para detecção de HIV?
O autoteste funciona da mesma forma que os testes rápidos utilizados no SUS. A diferença é que é feito pela própria pessoa, no local e no momento que ela desejar, sozinha ou com alguém em quem confia. Atualmente, eles podem ser comprados em farmácias e drogarias. A partir de 2019, eles estarão disponíveis também no SUS.
- Quando posso fazer o autoteste?
Assim como nos exames realizados na rede pública de saúde, o autoteste só deve ser feito após o período de janela imunológica (em geral, 30 dias após a exposição ao vírus). Se a relação de risco aconteceu em até 72 horas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde, informar sobre sua situação e verificar se o uso da PEP é indicado.
- Existem grupos mais vulneráveis ao HIV?
A Aids pode afetar todas as pessoas, mas existem grupos que apresentam uma prevalência da doença superior à média nacional. A população que concentra a maior parte dos casos de HIV é formada por gays e homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans; pessoas que usam álcool e outras drogas; pessoas privadas de liberdade e trabalhadoras(es) sexuais.
- Beijos podem transmitir o HIV?
Não. Outras doenças, como gengivite, herpes, mononucleose e condiloma acuminado (HPV), podem ser transmitidas por meio do beijo, mas o HIV não pode ser contraído dessa forma.
- É possível contrair o vírus durante o ato sexual mesmo que não haja ejaculação?
Sim. Pode haver um pouco de sêmen no líquido expelido antes da ejaculação. Por isso, o uso de preservativos - masculino ou feminino - é fundamental para se prevenir contra o HIV.
- Como funciona o tratamento das pessoas infectadas pelo HIV?
O tratamento da Aids é realizado por meio dos medicamentos antirretrovirais, que atuam no sistema imunológico, bloqueando as diferentes fases do ciclo de multiplicação do vírus no organismo. O tratamento é totalmente gratuito e pode ser solicitado nas unidades de saúde espalhadas pelo País.
- O que acontece com o uso de antirretrovirais?
Se realizado de maneira adequada, diariamente, o tratamento com antirretrovirais pode fazer com que a carga viral fique indetectável (quando a quantidade do HIV no sangue cai para níveis muito baixos). O medicamento mais utilizado atualmente no Brasil é o Dolutegravir, que aumenta em 42% a chance de indetecção viral. Ele é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017.
- Como as gestantes soropositivas devem agir para evitar a transmissão para o filho?
As mulheres grávidas que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal devem realizar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda a gestação e, se orientado pelo médico, também no parto. Os exames para detectar a presença do vírus nas gestantes devem ser feitos durante o pré-natal, no primeiro e terceiro trimestres da gestação, e no momento do parto.
- Já existe cura para a Aids?
Ainda não há cura para a Aids. Apesar disso, diversos avanços nos últimos anos têm permitido que as pessoas soropositivas levem uma vida normal, com baixos riscos de morte em razão da doença. De qualquer forma, a Aids ainda é uma doença muito séria, que exige tratamento e acompanhamento médico pelo resto da vida da pessoa infectada.
Fonte: Governo do Brasil
Informações:Ministério da Saúde, das Fiocruz e da ONG Grupo de Incentivo à Vida.
Post: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
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