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15 fevereiro, 2019

Justiça paulista mantém preso jovem que teve testa tatuada.

(Foto: Reprodução/YouTube/Plantão de Notícias)
A Justiça decidiu manter preso o jovem de 19 anos que teve a frase “eu sou ladrão e vacilão” tatuada na testa por dois homens em São Bernardo do Campo, em julho de 2017. Ele foi preso em flagrante por furto de um celular e um agasalho de funcionárias de uma unidade de saúde em Ferrazópolis, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, nesta quinta-feira (14). As informações são do portal G1.

O juiz Antonio Balthazar de Matos, que presidiu a sessão de julgamento, entendeu que o jovem praticou o crime com violência e por isso converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Matos também alegou converter o furto em roubo, já que, segundo testemunhas, houve violência no ato, segundo o G1.

Para alterar a prisão em flagrante, o juiz alegou que jovem estava em situação de rua e uma posterior localização dele para andamento do processo inviabilizaria o trabalho da Justiça.

“Apesar de primário, o indiciado ostenta diversas passagens pela Vara da Infância e Juventude por ato infracional análogo ao delito de furto, bem como responde pela prática de furto 2ª Vara de Mairiporã/SP, evidenciando o risco concreto de reiteração criminosa. A prisão preventiva, portanto, (…) é medida necessária para garantia da ordem pública. Ademais, o indiciado informou que se encontra em situação de rua, circunstância que, apesar de insuficiente para, por si só, sustentar a manutenção da custódia cautelar, representa risco para a instrução processual e para a eventual aplicação da lei penal, tendo em vista a dificuldade de localização.”, afirmou o magistrado.

“VULGO LADRÃO E VACILÃO”

No boletim, registrado no 1° DP (Distrito Policial) do município, os policiais escreveram o nome do rapaz e acrescentaram “vulgo ladrão e vacilão” no documento. Ariel de Castro Alves, advogado e membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), afirmou ao G1 que enviou cópia do Boletim de Ocorrência para a Ouvidoria das Polícias para apurar possível crime de “apologia ao fato criminoso” cometido pelos policiais no registro do caso.

De acordo com ele, a pena prevista para esse tipo de crime é de detenção de três a seis meses, ou multa. “No caso, apologia às lesões e tortura sofridas pelo jovem quando foi tatuado na testa. É lamentável. Ele não conseguiu se recuperar da dependência de drogas. Não possui respaldo familiar. Se continuar assim seu destino é a cadeia ou a morte”, disse Alves.

Em março de 2018, o mesmo jovem foi preso em flagrante, em Mairiporã, na Grande SP, acusado de tentar roubar tubos de desodorante de um mercado. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o acusado foi flagrado às 19h40 ao tentar furtar os produtos em um mercado na estrada Arão Sahm, no Jardim Nippon.

A PM foi chamada. Uma fiança de R$ 1.000 foi paga (a polícia não soube informar por quem). O jovem responderá em liberdade. O caso foi registrado como furto.

RELEMBRE O CASO

No dia 31 de maio de 2017, o jovem, então com 17 anos, teve a testa tatuada com a frase “eu sou ladrão e vacilão” após ser acusado de roubar uma bicicleta, em São Bernardo do Campo (ABC).

O tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 28 anos, e o seu amigo Ronildo Moreira de Araújo, 30 anos, foram presos em flagrante após divulgarem vídeo, na internet, tatuando o jovem. Reis e Araújo foram julgados em fevereiro de 2018 e condenados por lesão corporal e constrangimento ilegal, mas não tortura. O primeiro foi condenado a três anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto; o segundo pegou três anos e 11 meses. A reportagem não localizou a defesa deles.

Advogados de Ruan afirmaram, à época, que ele estava alcoolizado e drogado, viu a porta aberta, entrou e foi pego pelos dois homens. Ruan foi internado em clínica de reabilitação para tratar vício em álcool e crack. Fez sessões de remoção da tatuagem, mas o processo ainda não terminou.

Informações: Yahoo
Post: G.Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br

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