O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) denunciou 53 policiais militares (PMs) acusados de ter ligação e favorecer a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a denúncia, apresentada nesta segunda-feiradoia 04/02/2019, os PMs eram integrantes do 22º Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Marajoara, zona sul de São Paulo. Eles foram alvo da Operação Ubirajara, deflagrada em dezembro do ano passado.
Segundo o Ministério Público, os policiais denunciados permitiam o tráfico de drogas no território abrangido pelo batalhão e passaram a integrar o PCC. Na denúncia, o MPSP diz ainda que os policiais praticaram diversos ilícitos, como concussão (crime praticado por funcionário público, em que é exigida vantagem pessoal indevida), corrupção passiva, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional e crime de associação ao tráfico de drogas.
“As investigações começaram com o recebimento de um relato anônimo que deu detalhes sobre como os policiais militares envolvidos no esquema apreenderam grande quantidade de drogas e passaram a negociar com um traficante local, exigindo dinheiro para evitar a prisão em flagrante,e apontar uma adolescente como responsável pelo crime”, destaca o MPSP em nota.
A Operação Ubirajara colheu provas de mais de 82 mil ligações telefônicas interceptadas, documentos e outros tipos de material, que revelaram que não se tratava de um caso isolado, e sim um esquema de corrupção sistêmico.
"O papel dos policiais militares dentro da organização criminosa também era claro: não reprimir a prática do delito de tráfico, bem como facilitá-lo, não passando viatura policial próximo aos pontos de venda, informando acerca de alguma operação policial pelo local e até mesmo alterando a verdade em documentos públicos para que não ocorresse apreensão de droga ou a prisão dos traficantes", diz o promotor na denúncia.
Nota da SSP
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que não compactua com desvios de conduta de seus policiais e apura com rigor todas as ocorrências.
“A denúncia do Ministério Público corrobora o trabalho de investigação realizado pela Corregedoria da Polícia Militar, iniciado em fevereiro de 2018. Os 53 policiais militares permanecem presos e devem responder processo administrativo disciplinar e, dependendo do resultado, as punições podem variar desde sanções administrativas até demissão”, diz o texto.
Informações: Agência Brasil
Edição: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
Capa: encurtador.com.br/iuDHI
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