Na última sexta-feira dia 14/06/2019, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que irá demitir o atual presidente dos Correios, o general Juarez Aparecido de Paula Cunha. Ao explicar aos jornalistas à decisão, Bolsonaro não deu nenhuma justificativa técnica para a demissão, revelando que ela irá ocorrer apenas pela diferença de opiniões entre o mandatário dos Correios e o presidente da república.
Em sua explicação, Bolsonaro deixou claro que o motivo que irá demitir o general é puramente ideológico, pois o atual chefe dos Correios não concorda com a ideia de privatizar a empresa, algo que Bolsonaro já garantiu que deverá acontecer nos próximos meses. O catalisador da decisão do Presidente Bolsonaro foi quando, no dia 5 de junho, o general Juarez compareceu em uma audiência no Congresso e teceu críticas ao processo de privatização da empresa, explicando que do modo como está sendo feito ele deverá trazer prejuízos para os cofres públicos, pois apenas a parte dos Correios que está dando lucro seria privatizada, e a população continuaria responsável por bancar o prejuízo. Para Bolsonaro, essa postura fez com que o general tenha agido como sindicalista e é motivo suficiente para tirá-lo do cargo.
O general Juarez assumiu a empresa estatal no fim de 2016, no início do governo de Michel Temer. A estatal, que havia em 2015 e 2016 havia fechado seu balanço atuando no prejuízo, conseguiu se recuperar em 2017 sob o comando do general, registrando naquele ano lucro de R$ 667 milhões. A empresa ainda não divulgou os resultados de seu ano fiscal de 2018, mas há diversos indicativos de que será o segundo ano consecutivo que a empresa mostrará um balanço com lucro milionário.
De acordo com fontes do governo, o plano do general Juarez para a recuperação da empresa previa que, daqui a cinco anos, os Correios se tornassem uma empresa de capital aberto — ou seja, passaria a vender ações na Bolsa de Valores.
Esse período de cinco anos era considerado pelo antigo presidente como o ideal para reerguer o valor de mercado da empresa, e a entrada de capital que viria com a venda de ações da empresa na bolsa ajudaria a custear algumas melhorias necessárias para a operação dos Correios sem a necessidade de onerar ainda mais os cofres públicos.
O presidente Bolsonaro ainda não revelou quem deverá ser o nome escolhido para comandar a empresa a saída do general Juarez, mas já deu indícios de que deverá indicar outro militar para o cargo: o general Santos Cruz, que trabalhava na Secretaria de Governo (órgão de cuida, entre outras coisas, da verba de publicidade do governo) e que foi demitido de seu cargo na última quinta dia 1/06/2019.
Informações: EBC
Post: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
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