© Marcelo Camargo/Agência Brasil Raquel Dodge, procuradora-geral da República
A Procuradoria-Geral da República (PGR) negou que a chefe do órgão, Raquel Dodge, esteja sofrendo pressão para afastar o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná, Deltan Dallagnol do cargo ou das ações da operação. Ele é alvo de denúncias envolvendo investigações informais contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
De acordo com reportagens do The Intercept e do jornal Folha de S. Paulo, Deltan pediu a procuradores de Brasília que solicitassem dados financeiros de Dias Toffoli, além de descobrirem o endereço de uma casa pertencente a ele que foi alvo de reformas realizadas pela construtora OAS, que está envolvida no esquema de corrupção revelado pela Lava-Jato.
Os atos de Deltan, em conversas vazadas pelo The Intercept que ele trocou com os procuradores no Telegram, revelam um comportamento que vai contra a Constituição Federal, que determina que apenas a PGR pode realizar investigações sobre ministros do Supremo.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu 48 horas para que diálogos aprendidos pela PF com quatro suspeitos de hackeamento sejam enviados para o Tribunal. Os diálogos são os que Deltan trocou com outros integrantes do MPF. Ele estuda determinar o afastamento do procurador das investigações da Lava-Jato.
Em nota, a PGR negou a pressão e disse que Deltan tem a garantia legal de não ser afastado do caso. "A procuradora-Geral da República Raquel Dodge não sofreu qualquer pressão de qualquer tipo para determinar a medida de afastamento referida na matéria, de quem quer que seja, e tampouco convocou, ou realizou reunião de emergência para discutir o assunto na quinta-feira dia 1º ou em qualquer data anterior ou posterior", informou a PGR. "Mais do que isso, esclarece que o princípio constitucional da inamovibilidade é garantia pessoal do Procurador Deltan Dallagnol, estabelecida no artigo 128-I-b, de não ser afastado dos processos da Lava Jato, dos quais é o promotor natural, na condição de titular do ofício onde tramitam todos os processos deste caso, e junto do qual atuam os demais membros da Força Tarefa Lava Jato, designados pela Procuradora-Geral da República Raquel Dodge", completou a instituição.
Raquel Dodge também negou ter convocado reunião de emergência para discutir o caso, como foi informado pela Folha. "Em suma, a Procuradora-Geral da República não convocou, nem fez reunião na quinta-feira, nem em qualquer outra data anterior ou posterior, com o propósito de afastar o Procurador Deltan Dallagnol de seu ofício ou da Lava Jato", diz um trecho da nota.
Informações: CorreiobraziliensePost: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br
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