Legisladores bolivianos elegem membros do Tribunal Eleitoral, em 18 de dezembro de 2019, em La Paz.
A Bolívia vai eleger seu presidente no domingo, 3 de Maio de 2020, mais de seis meses depois das polêmicas eleições que provocaram uma convulsão social que resultou na renúncia de Evo Morales e na posterior posse de Jeanine Áñez como presidente interina.
"No domingo 3 de maio, os cidadãos vão votar para eleger a presidência e a Assembleia Legislativa", confirmou em entrevista coletiva o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Salvador Romero.
O TSE precisou que um eventual segundo turno ocorrerá no prazo de até 45 dias após a primeira votação.
"Espero que possamos concluir com isto o que todos os bolivianos desejam: eleições transparentes e justas", disse Áñez após o anúncio.
A Bolívia voltará às urnas após as eleições de 20 de outubro, vencidas pelo então presidente, Evo Morales, que renunciou em meio a denúncias de fraude, confirmadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
As autoridades do TSE na ocasião acabaram detidas por envolvimento em fraude eleitoral, enquanto Morales fugiu do país e agora está asilado na Argentina.
No momento há vários pré-candidatos, e o líder nas pesquisas é o jovem líder "cocalero" Andrónico Rodríguez, considerado o herdeiro político de Morales, com 23% das intenções de voto, seguido pelo ex-presidente Carlos Mesa, com 21%, segundo colocado na eleição de outubro.
Rodríguez ainda aguarda a decisão final do Movimento aos Socialismo (MAS), diante da pretensão de outro candidato do partido de Morales, o ex-chanceler David Choquehuanca.
Morales informou que no próximo dia 19 anunciará, em Buenos Aires, qual será a chapa presidencial do MAS.
Os líderes civis regionais Luis Fernando Camacho e Marco Antonio Pumari, fundamentais nos protestos que derrubaram Morales, aparecem com 13% e 10% das intenções de voto, respectivamente, mas acertaram uma aliança e devem lançar uma chapa comum.
O pastor evangélico de origem coreana Chi Hyung Chung aparece nas pesquisas com 8%, à frente do empresário Samuel Doria Medina e do ex-presidente de direita Jorge Quiroga.
Um dos problemas pendentes é a ampliação do mandato da presidente interina e dos atuais parlamentares até a posse dos futuros eleitos.
O mandato de cinco anos dos parlamentares acaba em 22 de janeiro. A ideia é que os legisladores continuem no cargo até a formação do novo Parlamento.
Fonte: AFPPost: G. Gomes
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