Uma das comunidades indígenas do Equador
teme ser exterminada agora que as infecções de coronavírus estão
aumentando em seu território. O aumento levou dezenas de integrantes a
fugirem para a floresta tropical amazônica para se proteger da pandemia,
que já matou quase 1.600 pessoas no país.
A nação siekopai, que fica na fronteira
entre o Equador e o Peru e é formada por 744 integrantes, tem 15 casos
confirmados do vírus, e dois líderes idosos morreram nas últimas duas
semanas depois de apresentar sintomas da covid-19.Um grande número de siekopais apresentou
sintomas da doença, mas quando procurou ajuda de um centro de saúde do
governo na cidade vizinha de Tarapoa. médicos disseram que eles estavam
apenas com uma "gripe forte", disse o presidente da comunidade, Justino
Piaguaje.Quando o primeiro dos idosos morreu, em
meados de abril, líderes siekopais pediram ao governo do Equador que
isolasse a comunidade e examinasse os habitantes, mas não tiveram
resposta, afirmou o líder."Nós mal chegamos a 700. Fomos vítimas desse
tipo de doença no passado, e hoje não queremos que a história se
repita", afirmou Piaguaje em reunião realizada por meio de uma rede
social na segunda-feira (4)."Não queremos nosso povo dizendo que havia
700 de nós e agora há 100. Que escândalo seria para o governo
equatoriano nos deixar com uma história tão triste em pleno século 21",
acrescentou.
Com medo do coronavírus, dezenas de crianças
e idosos siekopais fugiram de canoa para Lagartococha, um dos maiores
pântanos do país, no coração da floresta, para evitar a infecção.
Os siekopais que permaneceram em seu
território, na província de Sucumbios, estão recorrendo a remédios
homeopáticos para lidar com problemas respiratórios, disse Piaguaje.
Outras nações indígenas da Amazônia
equatoriana também têm casos confirmados de coronavírus, de acordo com a
organização indígena Confeniae. O Equador já relatou mais de 30 mil
casos.
No vizinho Peru, grupos indígenas
apresentaram queixa formal à Organização das Nações Unidas (ONU) no fim
de abril, de que o governo os deixou por conta própria na luta contra o
coronavírus, criando o risco de etnocídio por falta de ação.
Organizações de direitos humanos que
trabalham nas regiões amazônicas do Equador dizem que o Ministério da
Saúde está negligenciando comunidades como os siekopai, que ainda não
receberam exames ou suprimentos médicos, apesar de sua vulnerabilidade
Informações: Ebc
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com.br
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