O
impacto da pandemia de coronavírus continua a desestabilizar o setor da
aviação: a número 1 europeia Lufthansa anunciou nesta quinta-feira dia 11 de Junho de 2020,
o corte de 22.000 empregos, ou 16% de sua força de trabalho global.
Atingida
pela queda do tráfego aéreo mundial causada pela pandemia de
coronavírus, a Lufthansa reduzirá fortemente sua folha de empregados,
enquanto a retomada do transporte ocorrerá muito lentamente no mundo.
"Vamos
ter 22.000 empregos a tempo integral a menos no grupo Lufthansa, metade
dos quais na Alemanha", disse o grupo na quinta-feira.
A companhia alemã garantiu, porém, que quer evitar, na medida do
possível, demissões, graças a medidas de "desemprego parcial" e acordos
com sindicatos.
A
direção revisou suas próprias estimativas: no início de junho, o chefe
da Lufthansa, Carsten Spohr, havia estimado em apenas 10.000 o número de
funcionários em excesso.
A
Lufthansa, que também é proprietária das europeias SWISS, Austrian,
Brussel Airlines e Eurowings, possui 135.000 funcionários em todo o
mundo.
Como na indústria da aviação como um todo, a pandemia de coronavírus teve um sério impacto nos negócios da Lufthansa.
No
auge da crise, o grupo oferecia apenas 3% do número habitual de
assentos em seus voos, propondo o mesmo número de conexões que na década
de 1950.
Um
total de 700 aviões, dos 763 de propriedade do grupo, foram aterrados
no auge da pandemia, enquanto o número de passageiros caiu 98% em abril
em um ano.
A crise custou à Lufthansa um prejuízo líquido sem precedentes de 2,1 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2020.
Esses
cortes de empregos fazem parte de um plano de reestruturação, anunciado
no início de junho pela direção do grupo, e que causa polêmica no país.
Para
evitar a falência, a Lufthansa recebeu 9 bilhões de euros em ajuda
pública e créditos garantidos pelo Estado alemão, com uma entrada de
Berlim no capital do grupo de até 20%. O Estado passou a ser o principal
acionista do grupo, mas abriu mão de intervir na administração da
empresa.
Assim, o governo agora é acusado de corresponsabilidade nos cortes na força de trabalho.
"Nove
bilhões de euros para uma empresa que vale 4 bilhões (no mercado
financeiro), sem ter voz nas decisões tomadas: quando a Lufthansa
anuncia a redução de 22.000 empregos, o governo federal é responsável!",
indignou-se no Twitter o líder do partido Die Linke (esquerda radical),
Bernd Riexinger.
"Sem
uma redução significativa nos custos com pessoal durante a crise,
estragaremos a possibilidade de uma melhor retomada e correremos o risco
de enfraquecer a Lufthansa", disse Michael Niggemann, chefe de recursos
humanos do conselho executivo do grupo.
A
pandemia tem diminuído na Europa, que começou a relaxar as medidas
restritivas. Desta forma, as companhias aéreas estão lentamente
retomando suas atividades.
Até setembro, a Lufthansa deseja atender 90% de seus destinos locais habituais e 70 de seus voos de longo curso.
A
Lufthansa planeja manter 300 de seus aviões em terra em 2021 e 200 em
2022, um sinal de que antecipa uma lenta recuperação da demanda. O grupo
também deve vender 100 aeronaves.
O grupo alemão não está sozinho: há várias semanas, todo o setor da aviação sofre.
A operadora de turismo alemã TUI anunciou em maio a redução de 10% de sua força de trabalho.
Muitas
outras companhias anunciaram cortes de empregos, incluindo Air Canada
(pelo menos 19.000 funcionários), British Airways (12.000 ou 30% da
força de trabalho) ou a americana Delta (10.000), enquanto outras
faliram.
Informações:AFP
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com.br
Informações:AFP
Post: G. Gomes
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