O estudo “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional”, financiado pelo Ministério da Saúde, foi feito pela Universidade Federal de Pelotas.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse que o estudo de inquérito epidemiológico é um dos maiores do mundo e que contribuirá para fornecer informações sobre o comportamento do vírus.
“É uma contribuição do Brasil para a comunidade científica internacional, e gestores e profissionais de saúde, na busca de soluções adequadas para o enfrentamento ao coronavírus”, destacou. “Estamos dando mais um passo importante com este estudo. O Brasil mostra mais uma vez o seu compromisso e desejo de contribuir com o mundo em informações e respostas que podem ser dadas”, afirmou o secretário.
Segundo ele, ainda precisam ser analisados outros elementos para
compreender a dinâmica da doença e a transmissão das pessoas. “Para
mostrar a complexidade da análise que requer os números, o estudo aponta
que 91% dos infectados sentiu algum tipo de sintoma. Novamente
precisaremos entender como o dado foi captado, visto que confronta
outros estudos”, explicou.
Dados: A pesquisa apontou que a letalidade da infecção é de 1,15%. Ou seja, de cada 100 pessoas infectadas, uma vem a óbito. E revelou também que a diferença entre o número de pessoas infectadas é seis vezes maior do o número de casos notificados. “Trata-se de algo esperado, quando a maior parcela dos casos é leve ou assintomática, o que deve ser ainda confrontado com outros estudos disponíveis visto que outras estimativas apontaram um número maior para essa chamada subnotificação”, explicou o secretário.
O resultado por nível sócio econômico, conforme aponta o estudo, é marcante. Os 20% mais pobres da população tiveram o dobro da infecção do que os 20% mais ricos durante as três fases da pesquisa. O motivo deverá será analisado nas próximas semanas, mas, segundo o Ministério, pode ter haver, por exemplo, com a aglomeração e a quantidade de cômodos existentes na residência.
O secretário ressaltou que o avanço da doença sobre os mais pobres mostra a importância de oferecer assistência descentralizada. “Precisamos da adesão dos municípios aos centros comunitários, que possibilitarão um atendimento mais próximo do cidadão e uma assistência antes que a doença avance em sua gravidade. Precisamos proteger de forma adequada essa parcela da sociedade”.
Outro dado mostra que, no Brasil, a epidemia tem sido mais intensa na região Norte, mas já num cenário de estabilidade. E que não existe diferença entre homens e mulheres em relação ao contágio.
Crianças e adolescentes são infectados tanto quanto adultos, mas apresentam casos mais leves. O estudo não avaliou a probabilidade de transmissão do vírus por parte desse grupo. “Precisamos analisar os resultados por faixa etária e transmissão entre crianças e adolescentes, para definir protocolos mais seguros de volta as aulas”, explicou Elcio Franco.
Outro dado se refere à transmissão intrafamiliar. Foram testadas
2.500 pessoas que viviam num mesmo espaço com pessoas que deram positivo
para a doença. Desse total, 61% tiveram o resultado negativo, e 39%,
positivo.
Pesquisa: Para a realização do inquérito, o Governo Federal disponibilizou 150 mil testes rápidos que detectam a presença de anticorpos IgM (de infecção mais recente) e IgG (de infecção mais antiga) para o coronavírus, a partir de amostras de sangue. A pesquisa entrevistou e testou 89.397 pessoas em todas as regiões do País durante os meses de maio de junho de 2020.
O estudo foi realizado em três etapas, em 133 cidades brasileiras. Os participantes foram escolhidos por meio de sorteio. Foram testadas 89.397 pessoas, por meio do teste rápido: IGM (de infecção mais recente) e/ou IgG (de infecção mais antiga). A primeira fase ocorreu entre 14 e 21 de maio, a segunda, entre 4 e 7 de junho e a última fase, entre 21 e 24 de junho.
Segundo o Ministério da Saúde, os objetivos da pesquisa foram avaliar
a proporção da população com anticorpos; analisar a velocidade de
expansão da infecção no País e determinar o percentual de infectados sem
sintomas. Também quis descrever os sintomas mais frequentes e estimar a
letalidade da doença.
Informações: Ministério da Saúde
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
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